O NATAL DE JESUS



    A época era de dores acerbas e de conflitos intérminos.


    As paixões, que predominavam em a natureza humana, consumiam as mais belas florações das vidas, ameaçando a estrutura da sociedade que estrefegava em aflições devastadoras.

    O monstro da guerra espalhava horror em toda parte.

    A política arbitrária dos governos estabelecia a supremacia da brutalidade sobre os direitos humanos, impedindo o desenvolvimento social e moral das criaturas.

    Em toda parte a presença pestífera da intriga, do ódio, das discriminações de umas contra outras raças, assim como contra a mulher, as minorias, os enfermos graves, contaminava as comunidades, sufocando os ideais de liberdade, de fraternidade e de amor.

    O homem tornara-se inimigo de outro homem, que desejava eliminar sem compaixão, gerando o horror que ateava o fogo da destruição por onde passava.

    A supremacia da força esmagava quaisquer tentativas de apoio ao belo, ao bom, à verdade, em terrível manipulação dos interesses mesquinhos que se afiguravam de alta relevância na transitoriedade dos jogos carnais.

    As vozes, que se erguiam para exaltar o dever, a dignidade, o bem, eram sufocadas com impiedade, enquanto o corcel do desespero avançava pelas paisagens conquistadas, levando mais temor e menos misericórdia.

    O triunfo pertencia aos vencedores dos outros, àqueles que ceifavam outras vidas, que tripudiavam sobre a dignidade, a virtude, as heranças de enobrecimento humano.

    Os pobres, os necessitados, a infância, a velhice, eram excluídos dos banquetes que se permitiam os conquistadores do mundo exterior, enquanto desfilando nos carros de luxo e grandeza que o túmulo sempre termina por devorar...

    A fome, as doenças e a submissão humilhante faziam da miseranda existência do povo, dos que podiam ter os corpos mutilados e as vidas exterminadas sem qualquer motivo.

    Aquele, porém, era o período de transição da sombra para a madrugada que anunciaria a Nova Era.

    ...E esse amanhecer começou com o Natal de Jesus.


* * * *



Quando da Sua chegada à Terra, não houve mobilização humana, nem estardalhaço, ou qualquer movimento de massas para informar à Humanidade que o Rei Solar descera à sombra do mundo.

    Anunciado secularmente como o Messias, fez-se preceder por preparadores dos caminhos e trabalhadores da abnegação, a fim de que o Seu se fizesse o ministério da ternura, da compaixão, do amor.


    No silêncio de uma noite fria Ele chegou acolitado por seres angélicos invisíveis e sob a luz fulgurante de alguns astros em conjunção de órbitas, a fim de que a sombra fosse menos densa no mundo, que Ele renovaria moralmente, quando acendeu a claridade inapagável da Verdade.

    ...E a partir daquele dia memorável a Humanidade nunca mais seria a mesma.

    Ele revolucionou os paradigmas existentes na sociedade, implantando novos códigos de justiça, de ética, de moral, de valores para a vida, centrados no dever e na solidariedade, na alegria de viver e na justiça com igualdade para todos.

    A partir da sinfonia do sermão da montanha apresentou às criaturas de todos os tempos uma nova maneira de compreender o Pai e de comportar-se em relação ao seu próximo.

    Demonstrou que fracos e infelizes são os que dominam os outros sem valor para dominar-se a si mesmos; que poderosos são aqueles que vencem as más inclinações e se libertam das paixões inferiores; que ricos são os que se caracterizam pela pobreza de inferioridade moral e de tendências para o mal: que triunfadores são os que amam e perdoam aos demais, renovando-se sempre no bem, tornando-se todos, desse modo, bem-aventurados...

    Nunca mais ninguém falaria como Ele se expressou ou faria o que Ele fez, reverdecendo as terras áridas por onde passou e semeando esperança em todo lugar.

    Jesus é inigualável! E o seu Natal é a epopeia da Luz que se encarcerou por momentos, a fim de que prosseguisse brilhando para sempre.


    É certo que estes também são dias muito semelhantes àqueles em que Ele viveu. Há predominância das forças do mal, da anarquia, do desequilíbrio e as vidas são amesquinhadas pelo utilitarismo extravagante e perturbador.

    No entanto, em razão da Sua mensagem, multiplicam-se em toda parte os Seus obreiros atentos para que se cumpram as Suas promessas e os indivíduos descubram as trilhas que Ele percorreu, seguindo-O em pós e felicitando-se plenamente...

 


* * * *
 

    Esta é a tua oportunidade de encontrá-lO, caso ainda não tenhas estado com Ele.


    Busca-O quanto antes, a fim de que não seja tarde demais...

    E se O conheces, certamente O amas.

    Utiliza-te, então, do Seu Natal para demonstrar que a Sua lição de ternura domina o teu coração, dis-tribuindo-a com todos aqueles que te espiam ou que, longe de ti, aguardam por uma migalha de bondade que lhe podes e deves ofertar.

    O Natal de Jesus é uma festa que se faz celebrada pelo Céu e a Terra, homenageando o Rei Solar que te aguarda no topo da subida, montanha acima, que deves empreender desde agora, superando-te e renovando-te.

    Porfia no desiderato de estar com Ele e não desistas nunca, mesmo que descubras conspirações contra os teus ideais e esforços, incompreensões e dificuldades em relação aos objectivos a que te dedicas...

    Quem O ama nunca teme, jamais se detém.

    É Natal!

    Ama, ajuda, perdoa e sê feliz com Jesus.

 




Joanna de Ângelis
(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, na reunião da noite de 5 de setembro de 2003,
 no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.)

 

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