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Mensagens de Joanna de Ângelis

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ABORTAMENTO


Dentre os crimes perpetrados contra a Humanidade, avulta-se, em gravidade, o abortamento delituoso.

Sejam quais forem as justificativas apresentadas para interromper-se a vida fetal em desenvolvimento - exceptuando-se o aborto terapêutico para salvar-se a vida da gestante - quem se entrega ao nefando tratamento abortivo, incide em delito grave de difícil recuperação.

A vida não é património da criatura humana, que apenas empresta ao Espírito o envoltório carnal transitório, não lhe cabendo, portanto, o direito de a fazer cessar.

Além, disso, a interrupção da vida física, de forma alguma anula a de natureza espiritual, que é a verdadeira, independente da organização material, não obstante, esta, não subsista sem aquela.

A vida orgânica inicia-se no momento da fecundação, e, qualquer medida de eliminação ou impedimento do seu finalismo, significa crime, mesmo quando não considerado pelas legislações humanas...

Um filho, em qualquer circunstância, é compromisso assumido antes do berço pelos genitores, que responderão perante as divinas Leis, pelo comportamento a que se entreguem.

Em consequência, a união sexual não pode prescindir da responsabilidade, nem do enobrecimento do amor, a fim de que não derrape na vulgaridade do instinto, dando curso a paixões dissolventes e constituindo algema escravizadora, quando deveria ser emulação ao progresso, estímulo à felicidade e à paz.

Argumentos de natureza sócio-econômico-cultural são colocados como mecanismo de evasão ao compromisso perante a vida, gerados pelo egoísmo de quantos não desejam repartir os excessos de que desfrutam, transformando esses valores abundantes em empregos, escolas, oportunidades de dignificação social, de integração comunitária entre aqueles que padecem limite ou escassez...

Colocações e enfoques apresentados como de direito da mulher ou do homem deliberar quanto ao prosseguimento ou não da gestação, caracterizam-se pelo mesmo sentimento ególatra, que se alia ao utilitarismo e ao orgulho para escapar-se da responsabilidade.

Justificativas de superpopulação carecem de legitimidade ante a prática do aborto, por não encontrarem apoio na ética-moral nem na religião, desde que a ciência moderna oferece alguns recursos e técnicas não criminosos para o planeamento familiar.

Diante da tentação do abortamento criminoso, opta pela oportunidade para o planeamento familiar.

Já que o não podes consultar, se ele gostaria ou não de ser assassinado, faculta-lhe a bênção da reencarnação e ama-o, seja qual for a circunstância em que te chega.

Oferta-lhe carinho e ampara-o hoje, a fim de que ele te proteja amanhã.

E mesmo que o filho não te venha a amparar mais tarde, terás a consciência tranquila, que te constituirá passaporte ante a duna da vida espiritual que atravessarás, mais tarde, livremente, ante os códigos supremos da Divina Consciência geradora e condutora da vida em todas as suas manifestações.
 

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[Luz Viva]
[Editora LEAL]

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ANJOS GUARDIÃES


Os anjos guardiães são embaixadores de Deus, mantendo acesa a chama da fé nos corações e auxiliando os enfraquecidos na luta terrestre.
Quais estrelas formosas, iluminam as noites das almas e atendem-lhes as necessidades com unção e devotamento inigualáveis.
Perseveram ao lado dos seus tutelados em toda circunstância, jamais se impacientando ou os abandonando, mesmo quando eles, em desequilíbrio, vociferam e atiram-se aos despenhadeiros da alucinação.
Vigilantes, utilizam-se de cada ensejo para instruir e educar, orientando com segurança na marcha de ascensão.
Envolvem os pupilos em ternura incomum, mas não anuem com seus erros, admoestando com severidade quando necessário, a fim de lhes criarem hábitos saudáveis e conduta moral correcta.
São sábios e evoluídos, encontrando-se em perfeita sintonia com o pensamento divino, que buscam transmitir, de modo que as criaturas se integrem psiquicamente na harmonia geral que vige no Cosmo.
Trabalham infatigavelmente pelo Bem, no qual confiam com absoluta fidelidade, infundindo coragem àqueles que protegem, mantendo a assistência em qualquer circunstância, na glória ou no fracasso, nos momentos de elevação moral e naqueloutros de perturbação e vulgaridade.
Nunca censuram, porque a sua é a missão de edificar as almas no amor, preservando o livre-arbítrio de cada uma, levantando-as após a queda, e permanecendo leais até que alcancem a meta da sua evolução.
Os anjos guardiães são lições vivas de amor, que nunca se cansam, porquanto aplicam milénios do tempo terrestre auxiliando aqueles que lhes são confiados, sem se imporem nem lhes entorpecerem a liberdade de escolha.
Constituem a casta dos Espíritos Nobres que cooperam para o progresso da humanidade e da Terra, trabalhando com afinco para alcançar as metas que anelam.
Cada criatura, no mundo, encontra-se vinculada a um anjo guardião, em quem pode e deve buscar inspiração, auscultando-o e deixando-se por ele conduzir em nome da Consciência Cósmica.


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Tem cuidado para que te não afastes psiquicamente do teu anjo guardião.
Ele jamais se aparta do seu protegido, mas este, por presunção ou ignorância, rompe os laços de ligação emocional e mental, debandando da rota libertadora.
Quando erres e experimentes a solidão, refaz o passo e busca-o pelo pensamento em oração, partindo de imediato para a acção edificante.
Quando alcances as cumeadas do êxito, recorda-o, feliz com o teu sucesso, no entanto preservando-te do orgulho, dos perigos das facilidades terrestres.
Na enfermidade, procura ouvi-lo interiormente sugerindo-te bom ânimo e equilíbrio.
Na saúde, mantém o intercâmbio, canalizando tuas forças para as actividades enobrecedoras.
Muitas vezes sentirás a tentação de desvairar, mudando de rumo. Mantém-te atento e supera a maléfica inspiração.
O teu anjo guardião não poderá impedir que os Espíritos perturbadores se acerquem de ti, especialmente se atraídos pelos teus pensamentos e aptos, em razão do teu passado, ou invejando as tuas realizações... Todavia te induzirão ao amor, a fim de que te eleves e os ajudes, afastando-os do mal em que se comprazem.
O teu anjo guardião é o teu mestre e amigo mais próximo.
Imana-te a ele.
Entre eles, os anjos guardiães e Deus, encontra-se Jesus, o Guia perfeito da humanidade.
Medita nas Suas lições e busca seguir-Lhe as directrizes, a fim de que o teu anjo guardião te conduza ao aprisco que Jesus levará ao Pai Amoroso.

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo P. Franco]
[Momentos Enriquecedores]
[Editora LEAL]
 

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ANTE OBSEDIADOS



As imperfeições morais do homem constituem-lhe, ao longo da existência física, o calvário através do qual se depura.

São elas que respondem pelas suas actuais aflições, porque procedem do passado, quando fracassou, e persistem por falta de valor e decisão do Espírito comprometido, que ainda não se resolveu por superá-las.

Graças a sua presença, que se constitui em brecha larga, penetram os Espíritos infelizes que se afinam com o endividado e produzem os variados processos de obsessão.

Enfermidade grave que grassa com larga margem de contaminação, encontra receptividade no psiquismo dos homens descuidados, que lhe tombam nas malhas de complexa e difícil libertação.

Toda a complexidade reside no fato de que os envolvidos na trama que ora os reúne outra vez, são semelhantes moralmente, exigindo da vitima humana um esforço que  esta quase nunca se dispõe a realizar.

A dificuldade se estabelece, na cura, em razão do denodo com que se deve aplicar o homem pela própria transformação moral, sem a qual o fenómeno obsessivo se alonga até as consequências mais lamentáveis.

O que para as demais criaturas passa despercebido, no capítulo das imperfeições morais, os Espíritos perturbadores e enfermos identificam, em razão da afinidade que se estabelece naturalmente entre os primeiros e eles.

Sem que se opere a real mudança de comportamento moral do enfermo espiritualmente, todo o esforço que os outros apliquem a seu favor, será um paliativo ou de resultado nulo.

A diagnose da obsessão é fácil. O seu tratamento é mais difícil.

Não somente se faz necessário esclarecer o perseguidor que se encontra semilouco, senão educar aquele que lhe sofre a pressão, a fim de que se rompam os vínculos que os imanam.

A prece sincera acalma a situação, no entanto, só a renovação intima do paciente, interrompe a constrição danosa.

A fluidoterapia afasta temporariamente o agente da perturbação, entretanto, somente a elevação moral do obsidiado equaciona o problema.

Há casos em que o hospedeiro mental da obsessão, pela gravidade do cometimento, não pode agir por vontade própria; apesar disso, aos primeiros sinais de melhora, resultante do auxilio que recebe, soa-lhe o momento de realizar a sua parte, que é sempre a mais importante.

Há obsessão porque existe conta a ajustar.

O cobrador, que é infeliz, amargura o devedor, que se nega ao resgate do compromisso.

Não produzindo no bem o suficiente para anular o mal que praticou, tomba, irremissivelmente, nesse mal em que se compraz, tornando-se vítima da própria incúria, portanto, da obsessão.

Diante de pessoas portadoras de obsessão, tem bondade e paciência para com elas, mas, não as iludas com promessas de curas sem esforço e sem sacrifício pessoal.

Esclarece o desencarnado para que renuncie à pugna, todavia, educa o doente para que mude de atitude mental e situação moral, sem as quais serão baldados quaisquer esforços.

Mesmo Jesus quando curava qualquer enfermo, recomendava que o mesmo não voltasse a pecar, a fim de que não lhe acontecesse algo pior, ensinando que só a libertação das imperfeições morais dá ao homem a paz e a saúde integral.

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo P. Franco]
[Editora LEAL]
 

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Aproveita cada oportunidade para agir de forma elevada.


Há quem espere extraordinários momentos e ocasiões
especiais, que possivelmente não chegarão.

Não será o que faças, que te tornará grande e importante,
porém como faças cada coisa que te transformará em valioso.

A árvore gigante se origina em pequenina semente.

O Cosmo é o resultado de partículas e moléculas invisíveis.

Torna-te grande nas pequeninas coisas a fim de que não te apequenes nas grandiosas.

Joanna de Ângelis
Extraído de "Vida feliz".
 

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CONCEITOS E ACÇÃO



Se dizem que a tua é uma luta inglória, porque abraçaste o labor da semeação evangélica no momento em que a astúcia e a agressividade campeiam a soldo do egoísmo e da violência, não lhes dês ouvidos e prossegue, tranquilo.

Se afirmam que os teus ideais ocultam as tuas frustrações e que as tuas dores são síndromes de alienação, porque aprendeste a agir pelo perdão quando outros reagem pelo ressentimento, não te inquietes, antes permanece intimorato.

Se apregoam os teus deslizes, em detrimento dos esforços que fazes por superá-los, apenas porque te recusas a compartir das horas frívolas e dissolventes, em face da tua vinculação com a fé, não te proponhas defesas, mantendo-te no dever.

Se insistem em espicaçar-te pela ironia ou ridicularizar-te mediante a felonia, porque não te surpreendem nos gravames com que te brindariam, já que abraçaste o compromisso da renovação espiritual, não te sintas molesto ou sensibilizado, avançando sem receio.

Se te injuriam o nome e te agridem a honorabilidade com suspeitas e propostas infelizes, em razão da robustez da tua perseverança, não te deixes abater, demorando-te no bem.

O seixo não se faz diamante se enaltecido a essa posição e a estrela fulgurante não se apaga se uma pedra atirada do lago que a reflecte parece despedaçá-la...

Na aduana das opiniões, o ónus que paga a mercadoria da verdade é sempre alto.

A leviandade, porque não se pode ou quer modificar, é estulta, porém transitória, mas o compromisso com o ideal do bem, apesar de áspero, é duradouro nos resultados.

Se abraças a cruz do serviço em nome do Cristo, reserva-te o direito do testemunho.

Quem O segue, perde os interesses comuns e se fixa nos objectivos dEle.

Ainda não há compreensão para quantos se afeiçoam à luz da verdade libertadora.

Seus pés caminham pelas estreitas sendas...

Muitos lhes comentam os aparentes triunfos ? os que o mundo, enganosamente, pretende oferecer ? porém as lágrimas nascidas nas fontes do silêncio passam desconhecidas.

Desejam a ascensão e o brilho enganoso dos acumes, no entanto, se recusam a subida, passo a passo, mediante os esforços dos pés e brasas vivas.

A ressurreição produziu gáudio nos discípulos saudosos do Mestre, tanto quanto a crucificação lhes propiciara pavor.

Aquela, todavia, jamais ocorreria, sem esta última, que a desvela.

Desse modo, não desconsideres a luta, nem a prova, nem a renúncia.

Vinculado ao Evangelho, semeia a palavra de vida e vive na luz da esperança, até o momento em que, findo o compromisso, te liberes da jornada exaustiva.

Até lá, insiste e ensina, persevera e luta, a sós, se necessário, porém, fiel até o fim.

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[Otimismo]
[Editora LEAL]

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CONDUTA ANTE OS INIMIGOS


Punge-te a alma quando enfrentas os que se tornaram teus inimigos por motivos que ignoras.

Não poucas vezes sentes a sua presença, mesmo que longe fisicamente, pela rede de informações infelizes quão inverídicas que tecem a teu respeito, onde nunca hás estado.

Fiscalizam-te com impiedade e criticam-te com azedume, pondo o sal da malícia nos teus comentários, nas tuas atitudes, nas lições que veiculas.

Sempre vêem a face negativa, que trabalhas por corrigir, e os teus melhores sentimentos são tidos por debilidade de carácter, torcendo a colocação edificante dos teus esforços.

Certamente não os magoaste nesta actualidade, nem mesmo chegaste a privar do círculo fechado da amizade de alguns deles.

Antipatizam-te e comprazem-se em antagonizar-te.

Corroem-se de ciúme ou de inveja e arrojam o ácido da aflição que não conseguem dissimular sobre o teu nome, num processo inconsciente de transferência.

Alguns, quiçá, procedam do teu passado espiritual, contra quem contraíste débito. Outros, são companheiros equivocados que derrapam em obsessões subtis e foram accionados contra ti por adversários desencarnados, que se opõem à tua faina, vitimando-os, sem que se dêem conta.

Desde que os não feriste, não te preocupes com eles.

Não intentes convencê-los dos valores que te negam.

Recusam-se a ver-te correctamente.

Não reajas, a fim de não os vitalizar na trama escura em que se encontram, nem mantenhas maior preocupação com eles.

Na Terra, ninguém avança sem o desafio dos obstáculos, das provocações, dos inimigos.

O de que te acusam, neles falta.

O que arremetem contra ti, neles repleta.

Se alguém te traz a informação malsã veiculada por eles, desvia o assunto, faz abordagem das excelências do bem e do amor.

Destrinças as teias da intriga com que te pretendem envolver, utilizando as mãos da caridade para com eles.

O amor se exterioriza como magnetismo positivo de pessoa a pessoa, contagiando os que nele se envolvem com os recursos do optimismo.

Se não podes compreender fraternalmente os que te não estimam, também estás na iminência de graves perigos emocionais.

Sequer, mentalmente, excogites encontrar as razões das inimizades que te excruciam.

Pensa bem de todos, embora motivos aparentes te induzam a reflexionar de forma diversa.

A tua é a tarefa da luz contra a treva, do amor contra o ódio.

Fizeram-se teus inimigos, mas não te transformes em inimigos de ninguém.

Nem Jesus jornadeou entre nós sem inimigos impertinentes.

O mal tentou envolvê-lo e Ele é o bem; as sombras procuraram dominá-Lo, não obstante Ele é a luz; a mentira seguiu-Lhe os passos, todavia Ele é a verdade; o ódio voltou-se contra Ele, apesar disso Ele é o amor...

Confia e refugia-te nEle, seguindo rigorosamente a trilha da mensagem que te fascina e não receies os maus, seus males, as tricas e intrigas que, se souberes superar, dar-te-ão maior razão de júbilo espiritual hoje mesmo e mais tarde em definitivo.

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[Oferenda]
[Editora LEAL]

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CONVITE À EDUCAÇÃO


"Porque só um é vosso Mestre, o Cristo."
(Mateus, 23:10.)


Tarefa de todos nós — a educação.

Ajusta-se a peça na engrenagem a benefício do conjunto.

Harmoniza-se a nota musical em prol do poema melódico.

Submete-se o instrumento ao mister a que se destina.

O esforço pela educação não pode ser desconsiderado.
Todos temos responsabilidades no contexto da vida, nas realizações humanas, nas Actividades sociais, membros que somos da Família Universal.

Ninguém consegue realizar-se isolado.

Ignorância representa enfermidade carente de imediata atenção.

O labor educativo, por isso mesmo, impõe incessantes contribuições, exigindo valiosos investimentos de sacrifício a benefício do conjunto.

Educa-se sempre, quer se pense fazê-lo ou não.

Da mesma forma que a imobilidade seria impossível, a inércia humana e a indiferença são apenas expressões enfermiças. Mesmo nesses estados criam-se condicionamentos que geram hábitos, educando-se mal, em tais circunstâncias os que se fazem nossos cômpares.

A anarquia que distila vapores alucinantes conduzindo à estroinice, fomenta estados de vandalismo - educação perniciosa.

A ordem dispõe à disciplina que promove a equidade, atendendo à justiça - educação edificante.

A educação, assim examinada, traslada-se dos bancos escolares para todos os campos de actividade, fazendo que todos nos transformemos em educadores, vinculados, sem dúvida, àqueles que se nos transformam em seguidores conscientes ou não, aprendizes connosco dos recursos de que nos fazemos portadores.

Jesus, o Educador por Excelência deu-nos o precioso legado vivo da Sua vida que é sublime lição de como ensinar sempre e incessantemente produzindo saúde, harmonia e esperança em volta dos passos.

E o Espiritismo, que nos concita a incessante exame educativo de atitudes e comportamentos, conscientiza-nos sobre a responsabilidade de que, mediante a educação correcta, chegaremos ao fanal da caridade perfeita.

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[Convites da Vida]
[Editora LEAL]

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CORAGEM PARA MUDAR



Muitos dos conflitos que afligem o ser humano decorrem dos padrões de comportamento que ele próprio adopta em sua jornada terrestre.

É comum que se copiem modelos do mundo, que entusiasmam por pouco tempo, sem que se analisem as consequências que esses modos comportamentais podem acarretar.

Não se tem dado a devida importância ao crescimento e ao progresso individual dos seres.

Alguns crêem que os próprios equívocos são menores do que os erros dos outros.

Outros supõem que, embora o tempo passe para todos, não passará do mesmo modo para eles.

Iludem-se no sentido de que a severidade das leis da consciência atingirá somente os outros.

Embriagados pelo orgulho e pelo egoísmo deixam-se levar pelos desvarios da multidão sem reflectir a respeito do que é necessário realmente buscar-se.

É chegado o momento em que nós, espíritos em estágio de progresso na Terra, devemos procurar superar, de forma verdadeira, o disfarçado egoísmo, em busca da inadiável renovação.

Provocados pela perversidade que campeia, ajamos em silêncio, por meio da oração que nos resguarda a Tranquilidade.

Gastemos nossas energias excedentes na actividade fraternal e voltada à verdadeira caridade.

Cultivemos a paciência e aguardemos a bênção do tempo que tudo vence.

Prossigamos no compromisso abraçado, sem desânimo, sem vãs ilusões, confiando sempre no valor do bem.

É muito fácil desistir do esforço nobre, comprazer-se por um momento, tornar-se igual aos demais, nas suas manifestações inferiores.

Todavia, os estímulos e gozos de hoje, no campo das paixões desgovernadas, caracterizam-se pelo sabor dos temperos que se convertem em ácido e fel, passados os primeiros momentos.

Aprendamos a controlar nossas más inclinações e lograremos vencer se perseverarmos no bom combate.

Convertamos sombras em luz.

Modifiquemos hábitos danosos, em qualquer área da existência, começando por aqueles que pareçam mais fáceis de serem derrotados.

Sempre que surgir a oportunidade, façamos o bem, por mais insignificante que nosso ato possa parecer.

Geremos o momento útil e aproveitemo-lo.

Não nos cabe aguardar pelas realizações grandiosas, e tampouco podemos esperar glorificação pelos nossos acertos.

O maior reconhecimento que se pode ter por fazer o que é certo é a consciência tranquila.

Toda ascensão exige esforço, adaptação e sacrifício, enquanto toda queda resulta em prejuízo, desencanto e recomeço.

Trabalhemos nossa própria intimidade, vencendo limites e obstáculos impostos, muitas vezes, por nó mesmos.

Valorizemos nossas conquistas, sem nos deixarmos embevecer e iludir por essas vitórias.

Há muitas paisagens, ainda, a percorrer e muitos caminhos a trilhar.

Somente a reforma íntima nos concederá a paz e a felicidade que almejamos.

A mudança para melhor é urgente, mas compete a cada um de nós, corajosa e individualmente, decidir a partir de quando e como ela se dará.

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[Vigilância]
[Editora LEAL]

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CULTO DA ORAÇÃO



Quando a aflição te visite o trabalho, desferindo golpes no teu coração ou conduzindo-te às sugestões do mal, recorda-te da oração singela à disposição de todos.

Semelhante a unguento, não somente cicatriza o peito em chaga aberta, como vitaliza os melhores sonhos perturbados pela nuvem sombria do desespero, devolvendo a esperança e a paz.

Anjo benfazejo, a oração apaga as labaredas do crime, em começo, improvisando recursos de salvação, para que a serenidade retorne, santificante, à direcção da consciência.

Não apenas garante a felicidade e a harmonia do lar, como também embeleza todas as realizações começadas, oferecendo estilo novo e coragem, para o êxito total da experiência em que se te aprimoras no estágio do mundo.

Não somente consola e sara mas, também, ilumina o pensamento turbilhonado, restituindo a calma e o tirocínio para desmanchares os cipós enrodilhados
nos teus pés, a te reterem na província da angústia incessante.

Celeiro de bênçãos inesgotáveis, ela é a segurança da família, alimento dos filhos e fortaleza dos pais.

Mensageira do Pai Celestial, é a intérprete das tuas aspirações e intercessora dos teus anseios junto aos bem-aventurados.

Vertendo-a do coração, em colóquio confiante, serenam-se as paixões, purificam-se os sentimentos, estabelecem-se directrizes, moderam-se as necessidades, robustece-se a fé, eleva-se o padrão de serviço; ela harmoniza, em redor de nossa aprendizagem, os patrimónios da honra, do respeito e da saúde espiritual, favorecendo a extensão das menores tarefas, no campo do auxílio aos sofredores.

Esposando-a, dilatam-se os minutos que se enriquecem e experiências sublimes, fazendo a vida mais nobre e digna.

Na Terra, o cristão é qual oásis fértil na aridez dos sentimentos.

Solicitado por todos e por todos fiscalizado de perto, é como árvore produtora que todos buscam esfaimados, guardando o direito de a apedrejarem e a ferirem.

Recebe, assim, em silêncio, a perseguição gratuita e o punhal invisível da maldade e planta-os na terra abençoada da oração humilde e nobre onde se consomem todos os adversários da luz, vencidos pela misericórdia do Céu.

E, quanto possível, cultiva a prece em tua alma, com devotamento e confiança e, trabalhando sem desfalecimento, faz dela o teu abençoado guia todos os dias e todas as horas, assegurando, imperturbável, a vitória do bem no roteiro da tua vida

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[A Prece Segundo os Espíritos]
[Editora LEAL]

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DESPERTAR ESPIRITUAL



Cada indivíduo é a soma das experiências multifárias no seu processo de evolução.

Etapa a etapa, adquire recursos que o preparam para cometimentos mais amplos e realizações mais expressivas.

Por isso mesmo não existem dois processos de desencarnação iguais, já que as existências humanas são diferentes.

Assim como a roupagem física é modelada pelos conteúdos morais do ser espiritual, e vai imantada molécula a molécula ao Espírito reencarnado, o seu desprendimento também ocorre através da ruptura dos laços que o atam a essas estruturas celulares uma a uma.

Conforme os hábitos mentais cultivados, o processus mortis obedece às fixações mantidas em maior ou menor grau de intensidade.

Quando ocorre a parada cardíaca e, por extensão, a morte do tronco cerebral, tecnicamente o corpo se encontra sem vida, passando ao estado de cadaverização.

Não obstante, a desencarnação real, a liberação dos vínculos, obedece a factores de natureza moral, relativos ao modo como cada qual se houve durante a jornada ora concluída.

Os sensualistas, todos quantos da vida somente colectaram benefícios e gozos, ou se permitiram apegos injustificáveis, ou mantiveram sentimentos perturbadores, encontrarão grande dificuldade para se desmancharem dos despojos materiais.

Lutam com desesperação para revitalizar o corpo inanimado, movimentá-lo, comunicar-se por seu intermédio, experimentando inenarrável angústia ante a impossibilidade de consegui-lo.

Porque desacostumados à reflexão e ao equilíbrio, enfurecem-se, e, transtornados, mais aumentam a própria alucinação, que prolongam por largo período de sofrimento...

Pelo contrário, quem se acostumou à renúncia e à generosidade, à meditação e aos exercícios espirituais, facilmente se desencharca dos fluidos mais grosseiros, liberando-se com rapidez e adquirindo lucidez a respeito da ocorrência fatal e inevitável.

Nas mortes violentas, porque inesperadas, o choque, não raro, oblitera o raciocínio, exigindo cuidados especiais dos Missionários do bem, que não cessam de socorrer todos aqueles que se encontram em estado de sofrimento e de penúria.

Inversamente, nas enfermidades prolongadas, carpidas com humildade e coragem, nas quais as energias se vão consumindo, o desprendimento faz-se sucedido pela alegria do imediato recobrar da consciência e, com lucidez, reencontrar os seres queridos que vêm receber e, saudar na aduana da Vida em triunfo.

A contribuição dos afitos que permanecem no corpo pode tornar-se relevante ou não, assim como de alto significado.

Enquanto que o desespero dos familiares, as blasfémias e imprecações se transformam em petardos mentais que aturdem o desencarnado, os pensamentos de amor, de gratidão, chegam-lhe como reconforto e ânimo, facilitando-lhe a compreensão do ocorrido e a alegria de se sentir amado, predispondo-o ao crescimento interior para prosseguir vinculado, auxiliando-se mutuamente.

Ao rememorar-lhe os momentos felizes e envolvê-lo nos tecidos suaves da saudade feita de ternura, alcançam-lhe os painéis agradáveis de lembranças enriquecedoras.

À medida que o corpo de transforma, esse Espírito tranquilo o bendiz, facilmente adaptando-se ao Grande Lar.

Como medida terapêutica preventiva e eficaz para um despertar saudável além da morte, convém que se reservem momentos diários para pensar-se nela e na libertação dos resíduos orgânicos, ao tempo em que os hábitos mentais e morais construam uma existência digna, porquanto ser encerrada biologicamente essa etapa, ela irradiará as suas vibrações, que atarão o Espírito aos seus despojos ou se transformarão em asas, que o alçarão aos anteplanos felizes onde habitará a partir de então.

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[Fonte de Luz]
[Minas Editora]

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Diante de Pensamentos Vulgares



- Não dês os teus espaços mentais para os pensamentos vulgares.

Preenche todas as brechas com ideias de edificação, da acção do bem, da felicidade própria e alheia.

É na mente que se iniciam os planos de acção.

A mente ociosa cria imagens infelizes que se corporificam com alto poder de destruição, consumindo quem os elabora e atingindo as outras pessoas.

Luta com vontade para que a "hora vazia" não se preencha de lixo mental tornando-te infeliz ou vulgar.

Joanna de Ângelis
 

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DIVIDIR COM AMOR


A miséria socioeconómica, que entulha as avenidas do mundo, mistura-se à de natureza moral, que atulha os edifícios e residências de luxo como os guetos da promiscuidade libertina.

O que podes fazer, parece-te quase sem sentido ou significação, tão grande e volumoso é o problema. Apesar disso, não te escuses de auxiliar.

Se não consegues ir à causa do problema, minimiza-lhe os efeitos.

Desde que não podes erradicar, de um golpe, a fome, a enfermidade, a ignorância, contribui com a tua quota de amor, por mínima que seja.

Sempre podes dividir do que possuis, com aquele nada tem.

Quando repartes com amor, multiplicas a esperança, favorecendo a alegria.

Menos tem, aquele que se nega a doar algo.

Afirma-se que esse gesto de amor gera o paternalismo, promove o vício...

Não têm razão, os que assim informam.

Muitos males, e alguns crimes são abortados quando uma atitude de amor interrompe o passo do infeliz que padece fome, desespero e dor...

Somente quem aprende a abrir a mão, descerra o bolso, terminando por oferecer o coração.

Faze o que te esteja ao alcance, e a vida fará o resto.

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[Episódios Diários]
[Editora LEAL]

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EMBORA IMPERFEITO



Há quem, a pretexto de imperfeição, silencie o verbo edificante nos lábios, enjaulando a mensagem consoladora.

Há quem, em nome da imperfeição, paralise os braços no ministério da saúde moral, encarcerando a acção salvadora.

Há quem, justificando a própria imperfeição, mobilize a preguiça, espalhando a inutilidade.

Há quem diga que, imperfeito, nada pode fazer pelo próximo, considerando estar arrojado nos mesmos sítios de infelicidade e afeição...

Unge-te, porém, de amor e levanta-te da iniquidade para socorrer outros iníquos.

O amor é árvore que, para produzir, necessita ser plantada.

A doutrina Espírita ensina que ninguém renasce na Terra para o cultivo dos miasmas do pretérito nem preservação dos males dos tempos idos...

Reencarnação é bênção.
Bondade é luz.

Antes de mergulhar na carne, todos rogamos os títulos da dor e do sofrimento para compreendermos melhor as dores e os sofrimentos dos que seguem ao nosso lado.

Ninguém falará com precisão do que ignora, por falta de experiência pessoal.

É por essa razão que, muitas vezes, ensinarás resignação, embora avassalado pela inquietude;

falarás da enfermidade com a alma enferma;

consolarás, necessitado de consolação;

acenderás luz de entendimento, carecendo de compreensão; pregarás justiça para os outros, esmagado pela impiedade alheia;

colocarás bálsamo em feridas, guardando úlceras não cicatrizadas no cerne do ser.

Enquanto alguns aguardam sublimação para se disporem ao auxílio, ajuda tu.

Todos carregamos agonias nos íntimos tecidos da alma. E o trabalho de auxílio aos outros é medicação colocada em nossa própria dor.

Enquanto ensinas a paz, e sentes a ausência dela em teu coração, ou preconizas luta contra as tentações, perseguido pelas tenazes do mal, aprimoras-te, exercitando o espírito no dever claro e digno que se transforma, lentamente, em escada de ascensão libertadora.

E, crucificado na imperfeição, avança intimorato, recordando o Mestre que, amargurado e esquecido por quase todos os amigos, aparentemente vencido, numa Cruz de vergonha e impiedade, alçou a alma dorida ao pai Misericordioso, pensando as feridas do coração humano de todos os tempos, e ainda pediu, amoroso:

- "Perdoai, meu Pai! Eles não sabem o que fazem."

Perdoa, também tu, e ama, ajudando sempre.

[Joanna de Angelis]
[Divaldo P. Franco]
[Messe de Amor]
[Editora LEAL]

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ERRO E REABILITAÇÃO


A lei do progresso, fomentando as inevitáveis conquistas do processo da evolução do homem e das comunidades, confirma a assertiva do Cristo, quando elucida que "o Pai não deseja a morte do pecador, mas, sim, a do pecado".

A herança ancestral, procedente das experiências primevas por onde transita o princípio espiritual, se demora, em mecanismo atávico, jugulando o ser aos hábitos infelizes, que lhe constituem a natureza animal, inferior.

À força da educação e sob o império das necessidades de superar os sofrimentos e deles liberar-se em definitivo, somente assim galga os degraus do aperfeiçoamento moral, modificando o meio ambiente e as estruturas em que se apoia, gerando condições novas propiciatórias do próprio desenvolvimento.

A cultura e as artes, as ciências e a tecnologia vêm em seu apoio, promovendo os valores de que se utiliza e através dos quais conquista os títulos de enobrecimento e de paz.

Certamente, ainda não se vive, na Terra, uma sociedade justa, onde a miséria de vário porte haja cedido lugar à abundância, ou vigorem os direitos humanos.
Igualmente, medeiam ainda muitos males, desde as contínuas ondas de violência promotora de guerras, como infortúnios que resultem da desatenção e desrespeito, aos superiores Códigos de equilíbrio que regem a vida.

Sem embargo, muitos barbarismos que eram habituais e legislações vazadas na impiedade e na vingança vão cedendo lugar a conceitos mais compatíveis com os fenómenos psicológicos, sociais e económicos que evitam os crimes.

Já se pode sentir o esforço quase generalizado de povos e nações que estabelecem leis de respeito mútuo como Organizações que propugnam por uma humanidade mais feliz, na qual os seus direitos sejam reconhecidos, assim como os seus deveres sejam cumpridos.

De passo em passo, de experiência em experiência, o progresso moral firma as suas bases, abrindo campo para tentames mais expressivos, portanto, relevantes.

Combate o erro, onde quer que o encontres; no entanto, enseja ao errado a lição educativa.

Insurge-te em atitude contrária ao crime; não obstante, corrige o criminoso.

Opõe-te à violência; mas, acalma o violento.

Reage ao mal de qualquer procedência; entretanto, não te esqueças de socorrer os maus com a tua bondade.

Arrebenta as algemas da ignorância onde se manifeste; todavia, esclarece a vítima necessitada.

Arranca a máscara da hipocrisia onde quer que se apresente; porém, socorre aquele que lhe padece a sanha.

Acusar por acusar ou perseguir por perseguir não resolve o problema que inquieta as criaturas.

O cristão, em geral, e o espírita, em particular, faz mais: ajuda o caído, ao tempo em que invectiva contra os factores e circunstâncias responsáveis pela sua
queda.

Ninguém combate as pragas de uma seara, a fim de condená-la ao abandono.

Não é justo apontar enfermidades sem cuidar dos doentes em aflição.

A atitude correcta diante do mal é a prevalência do bem, assim como deve ser o comportamento do crítico, do acusador: a do amparo total e indiscriminado ao equivocado, ao infeliz.

Jesus, que não concordava com o erro em situação nenhuma, jamais deixou de educar, atender, socorrer e amparar os que haviam tombado nas malhas intrincadas da delinquência.

Vigilante e operoso, todo o Seu ministério é um poema de compreensão e fraternidade com os miseráveis, sem que jamais se vinculasse à miséria.

E o fazia, porque o Pai deseja a salvação do ímpio, ao mesmo tempo em que a impiedade deixe de existir no homem.

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[Viver É Amar]
[Editora LEAL]
 

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ESPIRITISMO NA PRÁTICA



Mergulhando a mente nas profundas lições da Doutrina Espírita, o homem se ilumina e descobre os tesouros que buscava, a fim de enriquecer-se de conhecimento e beleza, realizando uma experiência humana caracterizada pela ética-moral relevante, que ressalta do conteúdo superior absorvido.

Não obstante a excelência das informações espíritas, estas impõem como finalidade precípua a transformação íntima da criatura, que deve adoptar uma conduta pautada nos seus ensinamentos, graças aos quais se fazem imediatos o aprimoramento moral, a renovação emocional e sua consequente aplicação no comportamento social.

Sem a devida utilização dos recursos intelectuais que decifram as incógnitas da existência corporal, toda essa conquista não passará de adorno sem sentido, que não contribui, significativamente, para a felicidade real do indivíduo.

O conhecimento propõe responsabilidade, e esta acciona os mecanismos dos deveres fraternais, concitando à acção positiva, cujos efeitos a Humanidade fruirá em paz e plenitude.

A prática espírita se expressa através da incorporação dos ensinamentos à actividade quotidiana, demonstrando a transformação do carácter melhor, com os seus saudáveis efeitos de bem-estar no grupo social no qual o indivíduo se movimenta.

Irradiando a serenidade que decorre da identificação da lei de causa e efeito, esta modificação conclama, sem palavras, quantos o cercam, a uma correspondente atitude, superando as reacções perniciosas que decorrem da ignorância delas.

Por extensão, as acções se expandem em favor do próximo, contribuindo para que as suas aflições sejam diminuídas, atendendo-lhes aos efeitos visíveis, ao mesmo tempo remontando às raízes geradoras das desgraças, a fim de erradicá-las.

A prática do Espiritismo faculta a construção de uma nova sociedade, na qual o egoísmo cede lugar à solidariedade, e a injustiça permite a acção da ética dos direitos humanos, a todos proporcionando o uso e a vivência das bênçãos que o amor de Deus propicia igualitariamente.

Surge, então, como decorrência, uma inevitável alteração dos códigos legais e estatutos actuais com formulações mais consentâneas com o amor, tomando o lugar das leia arbitrárias ainda vigentes em vários Organismos e Nações da Terra.

A prática espírita acende estrelas de esperança nos céus plúmbeos da actualidade e aponta os rumos da solidariedade a todos quantos se enjaulam no personalismo e nas ambições desvairadas do eu enfermo.

Há todo um imenso campo a joeirar.
A terra árida dos corações, maltratada e ao abandono, aguarda a tecnologia do amor a fim de reverdecer, e esse esforço concentrado cabe à prática espírita daqueles que se iluminaram com o conhecimento.

Todas as doutrinas espiritualistas fomentam a acção do bem e a renovação moral do homem, no entanto, só o Espiritismo lhes confere a demonstração da sobrevivência da alma, por meio da mediunidade dignificada.

Utilizar desse imenso acervo de fatos para a prática salutar, colocada no dia-a-dia, é o compromisso que assume o homem inteligente que, tendo a mente esclarecida, dulcifica o coração e torna-se amante do bem, da verdade e da caridade legítima.

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[Antologia Espiritual]
[Editora LEAL]
 

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ESTADO MENTAL DE FELICIDADE



A problemática da felicidade encontra solução eficaz no comportamento íntimo do indivíduo em relação à vida.

Por que transferir para o futuro o momento de ser feliz, quando se pensa em conseguir determinados valores, que possivelmente não lograrão completar o quadro de harmonia e ventura pessoal?

Pode-se e deve-se ser feliz em cada instante, pois tal conquista procede do estado de espírito e não dos recursos materiais amealhados de que se pode dispor.

O dinheiro soluciona alguns problemas; projecta a personalidade; promove socialmente o indivíduo, mas não resolve as situações interiores, nas quais estão as bases da harmonia como do desequilíbrio.

É necessário valorizar-se o que realmente pode proporcionar a felicidade e não os seus acessórios. Digamos, então, que esta é um estado mental, variando de pessoa para pessoa, conforme o seu grau de evolução, portanto, a sua aspiração maior.

As conquistas materiais não dispõem do poder de fazer as criaturas felizes. Podem diminuir-lhes a aflição, atender a algumas necessidades, minorar amarguras, gerar bem-estar e conforto...

Esperando-se conseguir o beneplácito da felicidade, mediante as dádivas da cornucópia da fortuna, por exemplo, perdem-se muitos instantes felizes que dificilmente retornarão.

Essa felicidade dourada, sem preocupações, ociosa, não existe; é miragem que se dilui ante a realidade.

Podes conseguir o estado mental de felicidade permanente, crendo que ela é propiciada pelo amor a Deus, que a deposita no escrínio dos teus sentimentos, a fim de que aí a desdobres, brindando às demais pessoas.

Assim, não obstante as mudanças e circunstâncias em que te encontres, alterando o ritmo dos assuntos e acontecimentos externos, ela permanecerá contigo, porque está em ti.

O vendaval das paixões não a expulsa;

a frialdade do abandono não a empalidece;

o granizo da ofensa não a fere;

o ouro das ambições não a entorpece;

o fogo das lutas cruzadas não a atinge.

Ela permanece serena, e qual chama abençoada, com a sua luz aponta o caminho seguro a seguir. aclamando as ansiedades do coração.

A felicidade plena e compensadora não é deste mundo. No entanto, germina e se desenvolve enquanto o Espírito avança pela estrada reencarnacionista, graças às acções desenvolvidas e ao comportamento mantido.

Reservada para o "reino dos céus", é indispensável que o homem lhe conduza as matrizes íntimas mediante as quais se desvela no momento oportuno.

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[Momentos de Esperança]
[Editora LEAL]
 

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FRACASSO E RESPONSABILIDADE




Muito cómodo atribuir-se o insucesso das realizações a outrem, transferindo responsabilidades.

Incapaz de encarar o fracasso do verdadeiro ângulo pelo qual deve ser examinado, o homem que faliu acusa os outros e exculpa-se, anestesiando os centros do discernimento, mediante o que espera evadir-se do desastre.

Há factores de vária ordem que contribuem poderosamente em todo e qualquer cometimento humano. O homem de acção, porém, graças aos seus valores intrínsecos reais, responderá sempre pela forma como conduz o programa que tem em mãos para executar. Assim, portanto, pelos resultados do empreendimento.

Pessoas asseveram em face dos desequilíbrios que se permitem: "Não tinha outra alternativa. Fui induzido pelos maus amigos."

Outras criaturas afirmam após a queda: "Os Espíritos Infelizes ganharam a batalha, após a insistência e a perseguição que eu não mais aguentava."

Diversos justificam a negligência, sob o amparo do desculpismo piegas e da desfaçatez indébita.

Luta sem desfalecimento e perseverança no posto em qualquer circunstância são as honras que se reservam ao candidato interessado na redenção.

O vinho capitoso flui da uva esmagada.

O pão nutriente surge do trigo triturado.

A água purificada aparece após vencer o filtro sensível.

Os dons da vida se multiplicam mediante as contribuições poderosas da transformação, da renovação, do trabalho.

Não te escuses dos dissabores e desditas, acusando o teu irmão. Mesmo que ele haja contribuído para a tua ruína, és o responsável. Porque agiste de boa-fé com leviandade, ou tutelado pela invigilância, não te deves acreditar inocente.

Cada um sintoniza com o que lhe apraz e afina.

O Evangelho na sua beleza e candidez de linguagem, regista e nos recorda a incisa e concisa lição do Mestre: "Sede mansos como as pombas e prudentes como as serpentes."

Sem que estejas em posição belicosa, colocado em situação contrária, abre a alma ao amor para com todos, porém vigia "o coração porque dele procedem as nascentes da vida".

Diante de qualquer fracasso, refaz as forças, assume responsabilidades e tenta outra vez. Quiçá seja esse o feliz instante de acertares logrando êxito.

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[Leis Morais da Vida]
[Editora LEAL]
 

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FUTURO E NÓS



Desconheces a programática futuro a respeito da tua vida.

Numa longa viagem, o caminho apresenta paisagem sempre diversa.

A visão da linha repta faculta uma previsão de sucessos; no entanto, uma curva, à frente, oferece aspectos surpreendentes, inesperados.

A experiência resulta sempre da vivência de um fato.

O progresso decorre das experiências bem sucedidas.

Como não deve temer o futuro, não te cabes o direito de subestimá-lo.

Tuas forças, tuas conquistas.

Tentame vencido, é passo à frente.

O futuro é uma incógnita para todos nós.

Aplica a bênção da saúde, hoje, na realização do bem e na construção correcta do porvir.

Juventude, paz de espírito, saúde constituem tesouros de valor incalculável para a elevação moral do homem, de cuja utilização prestarás conta.

Enquanto és depositário desses recursos, outros lhes lamentam a escassez ou lhes padecem a ausência.

Agora sorris e o teu próximo chora.

Reparte o teu júbilo, diminuindo-lhe a carência. Talvez, se não agires com acerto, amanhã sejas tu quem se encontre a chorar, e ele, liberado, esteja a sorrir.

As provações e testemunhos aferem a qualidade e a correcção moral do homem idealista.

O cristão não foge à regra. Pelo contrário: é convidado a ensinar pelo exemplo, demonstrando a validade dos conceitos esposados, na sua áspera vivência.

Bendiz a alegria, mas não descartes a possibilidade das lágrimas.

Como não seria justo sofrer por antecipação, não será lógico acreditar-se imune à dor.

Não obstante Jesus soubesse do sofrimento que experimentaria no supremo testemunho da soledade, pelo abandono dos amigos; na cruz, para autenticar a excelência da Sua Doutrina; na resignação e confiança absolutas em Deus, para confirmar a herança divina de que se fazia depositário, sorriu com as criancinhas, amou a Natureza e os homens, espalhou o optimismo e a saúde, preparando-se, porém, para o sublime holocausto de amor com o qual, até hoje, é o herói silencioso e triunfante dos séculos.

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[Roteiro de Libertação]
[Editora LEAL]

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INDISPENSABILIDADE DO TRABALHO



O progresso, nas suas mais variadas expressões, tem as suas directrizes fixadas na lei do trabalho, sem o que não se conseguiria sustentar.

Desse modo, em todo o Universo, o trabalho é a expressão de grandeza que reflecte a glória do Pai Criador.

O silêncio sideral é somente pobreza da humana acústica, quanto o repouso é colocação improcedente, de referência às realidades da vida.

Em tudo e em toda a parte, onde pulsa a vida, a lei do trabalho produz e comanda as soberanas realizações.

Ninguém que dele se encontre isento a pretexto algum ou possa prescindir do seu relevante cometimento.

Portanto, não te escuses do seu sagrado compromisso.

Vives o teu maior momento e é imprescindível que o aproveites com sabedoria, galgando os degraus da evolução, a penates que sejam de dor e pranto, de ansiedade e sofrimento, porém, com as mãos na charrua da acção edificante, amando e servindo sem cansaço.


Aqueles que encontramos Jesus, aprendemos que serviço é a honra que nos cumpre disputar em qualquer situação em que nos encontremos.

Há sofrimento que nos espia e acção que nos aguarda.

Os santos, os cientistas e heróis não nasceram concluídos, fizeram-se através de infatigável trabalho com que se lapidaram as arestas, superando-se, até poderem esculpir no imo dalma a destinação gloriosa de todos nós.

Ninguém que se encontre em regime especial ou condição de privilegiado, eximindo-se ao trabalho.

A luta é lugar comum para todos nós, Espíritos imperfeitos que reconhecemos ser.

Mediante o trabalho, fomenta-se a grandeza do mundo e estabelecem-se as condições de harmonia e paz entre as criaturas humanas.

Regiões insalubres, vales tristes e ermos, pântanos letais, desertos sáfaros aguardam a acção do trabalho com que se converterão em celeiros de bênçãos e oásis de paz.

Trabalha e trabalha sempre, renovando-te sem cessar.

Jesus, o Excelso trabalhador, continua até hoje laborando a nosso benefício e aguardando que, a nosso turno, façamos o mesmo a benefício próprio e do mundo.

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[Oferenda]

 

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JESUS E O EVANGELHO



Jesus é o mais notável Ser da História da Humanidade.

A Sua vida e a Sua Obra são as mais comentadas e discutidas dentre todas as que já passaram pela cultura e pela civilização através dos tempos.

Não obstante, muito ainda se pode dizer e examinar em torno dEle e da Sua mensagem.

Sob qualquer aspecto considerado, o Seu Testamento — O Evangelho — é o mais belo poema de esperanças e consolações de que se tem notícia. Concomitantemente, é precioso tratado de psicoterapia contemporânea para os incontáveis males que afligem a criatura e a Humanidade.

Vivendo numa época em que predominava a ignorância em forma de sombra individual e colectiva, qual ocorre também nestes dias, embora em menor escala, Jesus cindiu o lado escuro da sociedade e das criaturas, iluminando as consciências com a proposta de libertação pelo conhecimento da Verdade e integração nos postulados soberanos do amor.

Incompreendido, assediado pela astúcia e perversidade, perseguido tenazmente, jamais se deixou atemorizar ou desviar-se do objectivo para o qual viera, conseguindo perturbar a astúcia dos adversários inclementes com respostas sábias e lúcidas calcadas no reino de Deus, cujas fronteiras se ampliavam albergando todos os seres humanos sedentos de justiça, esfaimados de paz, carentes de amor.

... E nunca foi ultrapassado.

Superior às conjunturas que defrontava pelo caminho e incólume às tentações do carreiro humano, por havê-las superado anteriormente, apequenou-se sem diminuir a própria grandeza, misturando-se ao poviléu, e destacando-se dele pelos grandiosos atributos da Sua Realidade espiritual.

Exemplo da perfeita identificação da anima com o animus, Ele é todo harmonia que cativa e arrebata as multidões.

Mas não se permitiu impedir o holocausto para o qual viera, nem o padecimento de muitas aflições que se impusera, para ensinar elevação espiritual e moral, desprendimento e abnegação àqueles que O quisessem seguir.

Jamais a Humanidade voltaria a viver dias como aqueles em que Ele esteve com as criaturas, sofrendo com elas e amando-as, ajudando-as e entendendo-as, ao tempo em que tomava exemplos da Natureza e na sua pauta incomparável cantava a melodia extraordinária da Boa Nova.

E ainda hoje a Sua voz alcança os ouvidos de todos aqueles que sofrem, ou que aspiram pelos ideais de beleza e de felicidade, ou que anelam por melhores dias, emulando-os ao prosseguimento da tarefa e à auto-superação, ambicionando a plenitude.

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[Jesus e o Evangelho, À Luz da Psicologia Profunda]
[Editora LEAL]

 

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JESUS, O LIBERTADOR



Havia uma grande expectativa em Israel, que aguardava ansiosamente o Messias anunciado.

A voz dos profetas, que ficara silenciosa fazia alguns séculos, não alterara as notícias de que Jeová enviaria o libertador do Seu povo no momento adequado.

A presunção exagerada, que havia elegido como filhos de Deus somente os judeus, continuava na conduta arrogante daqueles que aguardavam receber o privilégio dos Céus em detrimento de toda a humanidade.

Descrevia-se a Sua chegada como o momento máximo da sua história de nação muitas vezes escravizada por outras mais poderosas, que então se curvariam humilhadas ante a grandeza da raça escolhida pela sua fidelidade e devotamento aos divinos códigos.

Antevia-se o momento da libertação, especialmente naqueles dias em que o Império Romano escarnecia das suas tradições e da sua liberdade, esmagando os seus ideais de independência.

Sentia-se mesmo que aquele era o momento, e que, em qualquer instante, os sinais de identificação apontariam o Escolhido.

Os sofrimentos vividos na Babilónia, no Egipto e em outros lugares cruéis, no passado, não haviam sido esquecidos. Embora a coação prosseguisse e a miséria rondasse as suas vidas, estremunhando-as e dizimando-as, porque lhes retiravam tudo quanto possuíam, inclusive os parcos recursos, em razão dos impostos exorbitantes, não conseguiam, porém, tomar-lhes a esperança que teimava em permanecer nos seus corações.

Aguardava-se, portanto, que Ele chegaria em triunfo mundano, cercado de poder militar e de despotismo, de forma que vingasse as humilhações e dores que os Seus haviam experimentado através dos tempos.

Sentando-se no trono e governando com insolência e perversidade, somente àqueles que Lhe pertenciam concederia compaixão e bondade, ternura e amor, oferecendo-lhes os reinos da Terra, a fim de que pudessem fruir o poder e a glória anelados.

Esqueciam-se, porém, da transitoriedade da vida física e do impositivo da morte, que a todos arrebata, transferindo-os para a dimensão da imortalidade.

Por mais longos e prazenteiros fossem os dias de efusão e de orgulho, que esperavam viver, a fatalidade biológica os conduziria à velhice, ao desgaste, à consumpção do corpo e ao enfrentamento com a Vida Eterna.

Mas Israel e seus filhos estavam interessados no mundo, nos negócios da ilusão, nas conquistas terrenas.

A mágoa e o desejo de desforço acalentados por séculos demorados, conseguiram diluir na vacuidade o discernimento em torno dos valores reais da existência humaria.

Somente eram considerados o gozo e a supremacia sobre os demais povos, submetendo-os ao talante das suas desordenadas ambições.

A cegueira do orgulho envilecera os sentimentos do povo, não havendo lugar para a reflexão nem para o amor fraternal.


* * *


Ele veio e não O aceitaram.

Aguardavam um vingador que esmagasse os inimigos, enquanto Ele chegara para conquistar aqueles que se haviam transformado em adversários.

Esperavam que fosse portador de soberba, arbitrário e superior em crueldade àqueles que se fizeram odiados, mas Ele vivenciou o amor em todas as suas expressões, demonstrando que o Filho de Deus é lição viva de compaixão e misericórdia.

Em face das suas necessidades materiais, não poderiam receber o Embaixador do Reino de Deus, que vinha colocar os Seus alicerces na Terra, para erguer o templo da legítima fraternidade que deve viger entre todas as criaturas.

De início, antes da ira contra a Sua pessoa, desejaram arrastá-lO para as suas tricas farisaicas e para os seus domínios insensatos. E porque não conseguiram, voltaram-se contra Ele e Sua mensagem, perseguindo-O com insistência e ameaçando-O sem clemência.

Ele, porém, permaneceu integérrimo. A Sua Tranquilidade desconcertava-os, fazendo que arremetessem furibundos contra os ensinamentos de que se fazia portador e procurando um meio de envolvê-lO em algum conceito que O pudesse criminar, a fim de O matarem.

Encharcados de presunção, o único sentido para a vida centrava-se na busca do poder, do prazer, no vingar-se dos inimigos reais e imaginários.

Não é de estranhar que Jesus não lhes representasse o cumprimento das profecias.

Embora o Seu fosse o maior poder que a Terra jamais conheceu, os ambiciosos que desejavam o mundo não estavam interessados na Sua força incomparável, que se fazia soberana ante os ventos, as ondas do mar durante a tempestade, ou diante dos distúrbios da mente, da emoção e do corpo das criaturas que O buscavam.

Invejosos, não podendo negar-Lhe a grandeza, acusavam-nO de ser emissário do Mal, veículo satânico.

Jesus compadecia-se deles e exortava-os à liberdade espiritual, que é a verdadeira, conclamando-os ao despertar para a realidade.

Mas os tóxicos do ódio haviam-nos envenenado desde há muito, não havendo espaço mental nem emocional para o refrigério da compreensão nem para a bênção da paz.


* * *


Ainda hoje Israel não O entendeu. Prossegue esperando o seu Messias dominador, banhando-se de sangue e sacrificando-se, enquanto os seus filhos estorcegam em reencarnações purificadoras e aflitivas através dos evos.

O amor, que é a solução para todos os problemas humanos e os conflitos que se abatem sobre a erra, ainda não é reconhecido como o único recurso capaz de gerar felicidade nos corações.

Passaram aqueles dias tormentosos e outros muitos, enquanto Jesus permanece como o libertador de consciências, conduzindo-as no rumo da plenitude.


* * *


Neste Natal, recorda-te dEle e entrega-te a Ele sem qualquer relutância.

Ele te conduzirá com segurança pelo vale da morte e pela noite escura das paixões, apontando-te o amanhecer luminífero por onde seguirás no rumo da felicidade.


* * *

psicogafada Divaldo P. Franco
(Joanna de Ângelis)
Jesus, O Libertador

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MÁGOA



Síndrome alarmante, de desequilibro, a presença da mágoa faculta a fixação de graves enfermidades físicas e psíquicas no organismo de quem a agasalha.

A mágoa pode ser comparada à ferrugem perniciosa que destrói o metal em que se origina.

Normalmente se instala nos redutos do amor-próprio ferido e paulatinamente se desdobra em seguro processo enfermiço, que termina por vitimar o hospedeiro.

De fácil combate, no início, pode ser expulsa mediante a oração singela e nobre, possuindo, todavia, o recurso de, em habitando os tecidos delicados do sentimento, desdobrar-se em modalidades várias, para sorrateiramente apossar-se de todos os departamentos da emotividade, engedrando câncer morais irreversíveis. Ao seu lado, instala-se, quase sempre, a aversão, que estimulam o ódio, etapa grave do processo destrutivo.

A mágoa, não obstante desgovernar aquele que a vitaliza, emite verdadeiros dardos morbíficos que atingem outras vítimas incautas, aquelas que se fizeram as causadoras conscientes ou não do seu nascimento.

Borra sórdia, entorpece os canais por onde transita a esperança, impedindo-lhe o ministério consolador.

Hábil, disfarça-se, utilizando-se de argumentos bem urdidos para negar-se ao perdão ou fugir ao dever do esquecimento. Muitas distonias orgânicas são o resultado do veneno da mágoa, que, gerando altas cargas tóxicas sobre a maquinaria mental, produz desequilíbrio no mecanismo psíquico com lamentáveis consequências nos aparelhos circulatório, digestivo, nervoso...

O homem é, sem dúvida, o que vitaliza pelo pensamento. Sua ideias, suas aspirações constituem o campo vibratório no qual transita e em cujas fontes se nutre.

Estiolando os ideais e espalhando infundadas suspeitas, a mágoa consegue isolar o ressentido, impossibilitando a cooperação dos socorros externos, procedentes de outras pessoas.

Caça implacavelmente esses agentes inferiores, que conspiram contra a tua paz. O teu ofensor merece tua compaixão, nunca o teu revide.

Aquele que te persegue sofre desequilíbrios que ignoras e não é justo que te afundes, com ele, no fosso da sua animosidade.

Seja qual for a dificuldade que te impulsione à mágoa, reage, mediante a renovação de propósitos, não valorizando ofensas nem considerando ofensores.

Através do cultivo de pensamentos salutares, pairarás acima das viciações mentais que agasalham esses miasmas mortíferos que, infelizmente, se alastram pela Terra de hoje, pestilenciais, danosos, aniquiladores.

Incontáveis problemas que culminam em tragédias quotidianas são decorrência da mágoa, que virulenta se firmou, gerando o nefando comércio do sofrimento desnecessário.

Se já registas a modulação da fé raciocinada nos programas da renovação interior, apura aspirações e não te aflijas. Instado às paisagens inferiores, ascende na direcção do bem. Malsinado pela incompreensão, desculpa. Ferido nos melhores brios, perdoa.

Se meditares na transitoriedade do mal e na perenidade do bem, não terás outra opção, além daquela: amar e amar sempre, impedindo que a mágoa estabeleça nas fronteiras da tua vida as balizas da sua província infeliz.


"Quando estiveres orando, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe, para que vosso Pai que está nos Céus, vos perdoe as vossas ofensas". - Marcos: 11-25.

"Não sou feliz! A felicidade não foi feita para mim! exclama geralmente o homem em todas as posições sociais. Isto, meus caros filhos, prova melhor do que todos os raciocínios possíveis, a verdade desta máxima do Eclesiastes: "A felicidade não é deste mundo". - ESE Cap.V - Item 20.

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo P. Franco]
[Florações Evangélicas]
[Editora LEAL]

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Natal - Mensagem de Natal



Não te deixes consumir pela angústia ou pelo medo destes dias.

Busca Jesus nas tuas paisagens íntimas e estabelece um vínculo de amor com Ele, deixando-te conduzir pelo caminho seguro do Bem. Se Ele, porém, ainda não nasceu no teu coração, abre-te à possibilidade, para que aconteça esse evento imediatamente, passando a conviver com Sua presença libertadora.

Aquele foi um Natal de luzes, que iniciou uma era nova para a humanidade, em desalinho.

Permite que este seja o teu momento luminífero e transformador com Ele nascendo nos teus sentimentos e clareando a noite afligente em que encontras em um permanente Natal de luzes.

Joanna de Ângelis
livro Bênçãos do Natal
psicografado por Divaldo P. Franco)

 

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O BEM É A META


Surge a Era Nova.

O sol da esperança desbasta as trevas da ignorância.

Pequenos grupos de servidores verdadeiros do Evangelho, no silêncio da renúncia, estão levantando os pilotis sobre os quais será erguida a Era Nova.

Sem alarde, em luta ingente, esses corações convidados constituem segurança para o mundo melhor de amanhã.

Não obstante o vendaval, as ameaças do desequilíbrio e o predomínio aparente das forças da violência, o bem, corno fluido de libertação, penetra todo o organismo terrestre preparando o mundo novo.

Não engrossam as fileiras dos desanimados, nem aplaudem a insensatez dos perversos ou apóiam a estultícia dos vitoriosos da ilusão.

Quem aprendeu a confiar em Jesus põe as suas raízes na verdade. São minoria, não, porém, grupo ao abandono.

Todos os grandes ideais da humanidade surgem em pequeninos núcleos, que se alargam em gerações após gerações.

O Cristianismo restaurado, por sua vez, é a doutrina do amanhã, no enfoque espírita, porque, enquanto a mensagem de Jesus teve de destruir as bases do paganismo para erguer o santuário do amor, o Espiritismo deve apenas erigir, sobre o Cristianismo, o templo luminoso da caridade.

Chamados para este ministério, não duvidam, alegrando-se por ter seus nomes inscritos, como diz o Evangelho, no livro do reino dos céus e serem conhecidos do Senhor.

Nossa Casa tem acção. É hoje reduto festivo, santuário que alberga Espíritos mensageiros da luz, oficina onde se trabalha, escola de educação e hospital de recuperação de vidas.

Com outros Obreiros aqui temos estado, mantendo a chama da verdade acesa - como ocorria com os antigos faróis com a flama ardente, apontando a entrada dos portos e mais tarde dando notícias dos recifes e perigos do mar.

Filhos da alma, nunca desistam de fazer o bem, face ao aparente triunfo do mal em desgoverno, em torno de suas vidas.

Passada a tempestade, a luz volta a fulgir.

A sombra é somente ausência da claridade. Não é real.

Só Deus é Vida; somente o Bem é meta.

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[Momentos Enriquecedores]
[Editora LEAL]

 

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O SOFRIMENTO



O homem empenha-se, danosamente, para vencer o sofrimento, que se lhe aparenta como adversário soez.

Em todas as épocas, ele vem travando uma violenta batalha para eximir-se à dor, em contínuas tentativas infrutíferas, nas quais exaure as forças, o ânimo e o equilíbrio, tombando depois em mais graves aflições.

Passar incólume ao sofrimento é a grande meta que todos perseguem. Pelo menos, diminuir-lhe a intensidade ou acalmá-lo, de modo a poder fruir os prazeres da existência em incessantes variações.

Imediatista, interessa-lhe o hoje, sem visão do porvir.

Como efeito, o sofrimento tem sido considerado vingança ou castigo divino, portanto, credor de execração e ódio.

Nas variadas mitologias, as figuras de deuses invejosos quão despeitados, inflingindo punições às criaturas e comprazendo-se ante as dores que presenciam, são a resposta ancestral para o sofrimento na Terra.

Diversas escolas filosóficas e doutrinas religiosas, de alguma forma concordes com essas absurdas conceituações, estabeleceram métodos depuradores para a libertação do sofrimento, que vão desde as mais bárbaras flagelações - silícios, holocaustos, promessas e oferendas - ao ascetismo mais exacerbado, procurando negar o mundo e odiá-lo, a fim de, com essas atitudes, acalmarem e agradarem aos deuses ou a Deus.

Paralelamente, o estoicismo, herdeiro de alguns comportamentos orientais, tentou imunizar o homem, estimulando-o a uma conduta de graves sacrifícios que, sem embargo, é desencadeadora também de sofrimento.

Para libertar-se desse adversário, a criatura impõe-se outras formas de dor, que aceita racionalmente, por livre opção, não se dando conta do equívoco em que labora.

A dor, porém, não é uma punição. Antes, revela-se um excelente mecanismo da vida a serviço da própria vida.

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[Plenitude]
[Editora LEAL]

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ORAÇÃO NO ANO NOVO



Senhor Jesus!

Ante as promessas do ano que se inicia, não nos permitas que esqueçamos aqueles com aqueles com quem nos honraste o caminho iluminativo:

as mães solteiras, desesperadas, a quem prometemos o pão do entendimento;

as crianças delinquentes que nos buscaram com a mente em desalinho;

os calcetas que, vencidos em si mesmos, nos feriram e retornaram às nossas portas;

os enfermos solitários, que nos fitaram, confiantes em nosso auxílio;

os esfaimados e desnudos que chegaram até nossas parcas provisões;

os mutilados e tristes, ignorantes e analfabetos, que nos visitaram, recordando-nos de Ti...

Sabemos, Senhor, o pouco valor que temos, identificamo-nos com o que possuímos intimamente, mas, contigo, tudo podemos e fazemos. Auda-nos a manter o compromisso de amar-Te, amando neles toda a família universal em cujos braços renascemos.


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"Seja o que for que peçais na prece, crede que obtereis e concedidos vos será o que pedirdes".
Marcos: 11-24.

"Pela prece, obtém o homem o concurso dos bons Espíritos que acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções e a lhe inspirar ideias sãs".
Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXVII - Item 11.

Joanna de Ângelis]
[Divaldo P. Franco]
[Florações Evangélicas]
[Editora LEAL]

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PREGANDO SEMPRE


Observando as pessoas, tens a impressão de que, nestes dias da Informática, todas se encontram esclarecidas e orientadas a respeito da vida.

Supões que reiterar os ensinos morais do Evangelho pode produzir-lhes desagrado e mal-estar, tão ágeis mentalmente se apresentam, nos círculos sociais do mundo.

Algumas vezes pensas que não há receptividade para os conceitos espíritas de que és portador.

Apresentando-se utilitaristas, essas pessoas vivem ávidas de emoções fortes, saturadas que estão pelos dramas e tragédias de cada hora.

Ocorre que as informações que mais se transmitem raramente são correctas.

Elaboradas para atender a determinadas faixas, carregam condicionamentos psicológicos que devem atingir finalidades especificas.

Servindo a interesses muito especiais não visam a esclarecer nem libertar consciências.

Outrossim, no jogo das paixões a que se arrojam e se exaurem as pessoas, o amor é, ainda, a emoção mais forte, porque muito buscado nas áreas erradas e raramente encontrado para ser vivido.

Além disso, a imortalidade da alma prossegue constituindo um desafio e um mistério para a quase totalidade dos homens.

Ora aparece envolta em fórmulas, símbolos, ritos e praxes; noutros momentos é negada com acrimônia, e, vezes outras, faz-se examinada sob condições místicas.

Portanto, a informação clara e simples produz emulação e constitui motivo para sérias reflexões.

Afinal, todos os que se movimentam no corpo despir-se-ão dele, quando o mesmo morrer.

É de relevância que se informem todos a respeito do que ocorrerá depois.


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Aplica bem o tempo de que disponham quando a serviço da Mensagem.

Não desperdices oportunidade.

Elucida alguém, quando não o possas fazer a muitos.

O importante é a contribuição, modesta que seja, à obra da libertação espiritual.

O Apóstolo Paulo pregava às multidões quando Ihe era facultado, todavia, realizava o trabalho de fixação das bases das Igrejas nascentes em cada converso, na intimidade do lar, ou aos pequenos grupos que se acercavam, mais intimamente, sequiosos

As experiências psíquicas com o Mestre, as revelações de que participava, os fenómenos mediúnicos que vivia eram relatados com doçura e calor nas reduzidas assembleias, sustentando a fé em despertar, e transmitindo segurança a respeito da imortalidade.

Ele vivia em razão do porvir.

Seu ontem era lição vigorosa que estruturava o hoje na acção para o futuro.

Nunca desanimou, nem mesmo quando abandonado, padecendo suspeitas atrozes ou apedrejado até quase a morte, como se estivesse ao abandono do Senhor

Levantava-se do abismo a que o arrojavam e volvia à actividade iluminativa.

Não desperdiçava ocasião.


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Todos, na Terra, têm problemas

Com discrição atinge-lhes os centros de atenção e condutos a Jesus.

Narra com delicadeza, mas com valor as tuas vivências, sem exibição, tomando o Mestre como exemplo e os Seus discípulos como marcos definitivos do processo de evolução espiritual da Humanidade, quanto te facultem as oportunidades.

Age, no entanto, testemunhando pelo comportamento a tua convicção e, mesmo em silêncio, estarás ensinando alegria de viver e Tranquilidade quanto ao futuro imortal.

Joanna de Ângelis
(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, em 2/11/1981, em Roma, Itália.)
Fonte: Revista Reformador, Janeiro 1984

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TERAPIA DA ORAÇÃO


Recurso valioso para todo momento ou necessidade, a oração encontra-se ao alcance de quem deseja paz e realização, alterando para melhor os factores que fomentam a vida e facultam o seu desenvolvimento.

A oração é o instrumento pelo qual a criatura fala a Deus, e a inspiração lhe chega na condição de divina resposta.

Quando alguém ora, luariza a paisagem mental e inunda-se de paz, revitalizando os fulcros da energia mantenedora da vida.

A oração sincera, feita de entrega íntima a Deus, desenvolve a percepção de realidades normalmente não detectadas, que fazem parte do mundo extrafísico.

O ser material é condensação do energético, real, transitoriamente organizado em complexos celulares para o objectivo essencial da evolução. Desarticulando-se, ou sofrendo influências degenerativas, necessita de reparos nos intrincados mecanismos vibratórios, de modo a recompor-se, reequilibrar-se e manter a harmonia indispensável, para alcançar a finalidade a que se destina.


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O psiquismo que ora, consegue resistências no campo de energia, que converte em forças de manutenção dos equipamentos nervosos funcionais da mente e do corpo.

A oração induz à paz e produz estabilidade emocional, geradora de saúde integral.

A mente que ora, sintoniza com as Fontes da Vida, enriquecendo-se de forças espirituais e lucidez.

Terapia valiosa, a oração atrai as energias refazentes que reajustam moléculas orgânicas no mapa do equilíbrio físico, ao tempo que dinamiza as potencialidades psíquicas e emocionais, revigorando o indivíduo.

Quando um enfermo ora, recebe valiosa transfusão de forças, que vitalizam os leucócitos para a batalha da saúde e sustentação dos campos imunológicos, restaurando-lhes as defesas.
 

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O indivíduo é sempre o resultado dos pensamentos que elabora, que acolhe e que emite.

O pessimista autodestrói-se, enquanto o optimista auto-sustenta-se.

Aquele que crê nas próprias possibilidades desenvolve-as, aprimora-as e maneja-as com segurança.

Aqueloutro que duvida de si mesmo e dos próprios recursos, envolvendo-se em psicosfera perturbadora, desarranja os centros de força e exaure-se, especialmente quando enfermo. Assemelha-se a uma vela acesa nas duas extremidades, que consome duplamente o combustível que sustenta a luz, até sua extinção.

A mente que se vincula à oração ilumina-se sem desprender vitalidade, antes haurindo-a, e mais expandindo a claridade que possui.

Envolvendo-se nas irradiações da oração a que se entregue, logrará o ser enriquecer-se de saúde, de alegria e paz, porquanto a oração é o interfone poderoso pelo qual ele fala a Deus, e por cujo meio, inspirado e pacificado, recebe a resposta do Pai.

Ao lado, portanto, de qualquer terapia prescrita, seja a oração a de maior significado e a mais simples de ser utilizada.

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo P. Franco]
[Momentos Enriquecedores]
[Editora LEAL]

 

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