É raro assistir a um filme em que você
se sinta envolvido pela história mas também o deixe com um
sentimento positivo ao final. "O Pequeno Buda" é um filme
agradável, com uma bela fotografia, um roteiro muito bem
escrito, e possuiu uma belíssima trilha sonora. Foi dirigido e
escrito por Bernardo Bertolucci, ganhador do Oscar de melhor
director por outro grande filme, "O Último Imperador". Ele
entretêm ao mesmo tempo em que apresenta a vida de um dos
grandes enviados por Jesus ao nosso planeta para exposição de
suas verdades libertadoras.
O filme começa em Butão, um país
situado na Cordilheira do Himalaia, onde um certo Lama budista
começa a perceber sinais de que seu venerando professor, que
havia falecido alguns anos antes, poderia estar reencarnado.
Ele parte em busca dos três candidatos, sendo que um deles é
um menino de Seattle, nos Estados Unidos. O filme propõe
também este paralelo entre as duas culturas - ocidental e
oriental - discutindo o cepticismo presente em nosso cotidiano,
pela forma na qual se vive "modernamente".
Esta narrativa principal é intercalada
por outra história, a vida do Príncipe Sidarta, que vai sendo
contada aos poucos pelo Lama ao menino americano. A história é
contada de forma simples, em linguagem ao alcance de uma
criança, e talvez por isso tenha um atractivo maior,
emocionando pela beleza singela das cenas da vida do
"Iluminado". A transformação de Sidarta em Buda, sob uma
grande árvore, contém simbolismos que poderiam, por exemplo,
ser analisados à luz do espiritismo sem prejuízo algum.
A compaixão de Sidarta pelo sofrimento
alheio, causa que move sua busca pela Verdade, é uma das
grandes forças apresentadas pelo filme. Os ideais
transcendentes apresentados são o principal destaque para o
espectador atento. Vê-se que o intento de superar as
impermanências da vida é tão antigo quanto culturalmente
abrangente, considerando que a meta a que todos almejamos é a
conquista dos valores eternos e essenciais.
......................................................
Com Keanu Reeves, Bridget Fonda,
Chris Isaak, Alex Wiesendanger, Ying Ruocheng. Top Tape,
colorido, Top Tape (vídeo).
Grande missionário na Índia há 2500
anos, com uma estória moderna que se passa numa cidade
norte-americana. Dentro da estória atual, o venerável Lama
tibetano Norbu desloca-se de seu mosteiro e desce em Seattle
para conhecer o garoto Jesse, que talvez seja a reencarnação
tão esperada de seu mestre Lama Dorie, desencarnado há nove
anos.
Norbu e seus auxiliares começam a
analisar o comportamento de Jesse e, na dúvida, decidem, com
a aprovação de seus pais, levá-lo ao Butão, na longínqua
Ásia, para examiná-lo mais profundamente.
Mas aparecem dois outros
candidatos.
Quanto à vida do príncipe Gautama,
que se torna Sidarta e depois Buda, fundador do Budismo, ela
é apresentada como uma fábula infanto-juvenil.
A extraordinária renúncia de Buda
aos bens terrenos, bem como sua imensa piedade pelos
sofrimentos humanos e a vitória contra as tentações
inferiores são bem destacadas neste filme, que deixa muito a
desejar, mas é válido para os nossos estudos, pois a vida
desse grande missionário é digna de ser conhecida e sempre
lembrada.
(Anuário Espírita 1995. IDE)
|