FACTOS QUE NOS LANÇAM NO RUMO DA
 TESE REENCARNACIONISTA

 

Gregory começou a falar com apenas 2 meses de idade. Quando completou 1 ano, já resolvia problemas de álgebra e memorizava o conteúdo de livros volumosos – tinha na cabeça a colecção inteira de Júlio Verne. Aos 5, terminou o colegial e era capaz de dissecar tudo sobre a Terra, de sua pré-história aos dias actuais. Virou estrela: capa do The Times Magazine, manchete do New York Times e do Washington Post

 Jorge Hessen Artigo publicado pela revista Reformador, edição de Janeiro 2005, editado pela Federação Espírita Brasileira - FEB - http://www.febnet.org.br/


            Ele poderia ser um pré-adolescente comum se já não estivesse prestes a cursar um doutorado em Matemática em Oxford. É um norte-americano de 13 anos de idade e sua precocidade surpreende. Aos 14 meses Gregory Robert Smith resolvia problemas simples da sua matéria preferida, aos 10 anos começava a graduação pela Randolph-Macon College, em Washington. É presidente de uma fundação, a Youth Advocates , dedicada à defesa de jovens carentes; já esteve com Bill Clinton, Michail Gorbachev e a Rainha Noor, da Jordânia, discutindo o futuro da Humanidade; e foi indicado para o Nobel da Paz de 2002. (1)

            Gregory tem Q.I. muito acima de 200 e pertence a uma classe de superdotados que representam apenas 0,1% da população mundial. Da estirpe dele, lembramos Amadeus Mozart, que tocava piano aos 2 anos, falava três idiomas (alemão, francês e latim) aos 3 anos, tocava violino aos 4, compunha minutas aos 5 anos e escreveu sua primeira ópera aos 14. John Stuart Mill aprendeu o alfabeto grego aos 3 anos de idade. Dante Alighieri dedicou aos 9 anos um soneto a Beatriz. Goethe sabia escrever em diversas línguas antes da idade de 10 anos. Victor Hugo, o génio maior da França, escreveu Irtamente com 15 anos de idade. Pascal, aos 2 anos, sem livros e sem mestres, demonstrou em Geometria até a 32 a proposição de Euclides; aos 16 anos, escreveu um tratado de “secções cónicas” e logo adiante escreveu obras de Física e de Matemática. Miguel Ângelo, com a idade de 8 anos, foi dispensado pelo seu professor de escultura porque este já nada mais tinha a ensinar-lhe. Allan Kardec, examinando a questão, perguntou aos Benfeitores como entender este fenómeno e estes responderam: “Lembrança do passado; progresso anterior da alma (...).” (2)

            Gregory começou a falar com apenas 2 meses de idade. Quando completou 1 ano, já resolvia problemas de álgebra e memorizava o conteúdo de livros volumosos – tinha na cabeça a colecção inteira de Júlio Verne. Aos 5, terminou o colegial e era capaz de dissecar tudo sobre a Terra, de sua pré-história aos dias actuais. Virou estrela: capa do The Times Magazine, manchete do New York Times e do Washington Post. Foi sabatinado por David Letterman e Oprah Winfrey, anfitriões de dois dos programas de maior audiência nos Estados Unidos. “Nunca vi um caso como esse em 40 anos de profissão” , disse, recentemente à ABC News, Linda Silverman, directora do Centro de Desenvolvimento de Superdotados, de Denver, no Colorado. (3)
 
            O próximo alvo académico de Greg é o doutorado em Matemática, Biomedicina, Engenharia Espacial e Ciência Política. Para o futuro, duas pretensões: primeiro, fazer carreira na diplomacia internacional e, depois, sentar na cadeira que hoje é de George W. Bush. “Na presidência, poderei trabalhar muito pelo meu país e pelos pobres de todo o mundo” , ele antecipa. (4)
 
            “Nos testes de inteligência, os génios precoces costumam estar anos à frente dos colegas de classe” , diz Zélia Ramozzi Chiarottino, 46 anos, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Ela aponta o adolescente Fábio Dias Moreira como exemplo. Aos 14 anos, ele conquistou 11 medalhas de ouro em olimpíadas de Matemática, quatro delas em disputas internacionais. Aluno da segunda série do curso médio do Colégio PH, da Tijuca, Zona Norte do Rio, o filho temporão prefere estudar a ir a festas com colegas e não gosta de desportos. Sob nenhuma hipótese troca os livros de Matemática por uma pelada com os colegas, mas ganhou a simpatia da turma, de quem tira todas as dúvidas de matemática. (5)
 
            A revista ISTOÉ registra ainda que o excepcional desempenho escolar, o vocabulário rico e as conversas de “adulto” levaram outro superdotado, Pedro Henrique de Souza Rendt, 8 anos, a uma classe reservada para génios mirins. Na segunda série, ele quer ser veterinário quando crescer e adora música clássica. “Prefiro as sinfonias de Beethoven a jogar com os amigos” (6) , confessa o garoto.
 
            Casos de crianças precoces sempre despertam a atenção. A Academia de Ciência não possui uma explicação consistente sobre o tema, atribui a uma “miraculosa” predisposição biogenética potencializada por estímulos de ordem externa. Outra enorme dificuldade encontrada na Academia é a não concordância na definição do termo “superdotação”.
 
            Alguns pesquisadores distinguem superdotado de talentoso, sendo o primeiro considerado como aquele indivíduo de alta capacidade intelectual, ou académica, e o segundo como possuindo habilidades superiores nas áreas das artes, música, teatro. O debate sobre o que é realmente a inteligência nunca foi tão promissor como actualmente. Muitas teorias têm ampliado o conceito de inteligência, fugindo ao esquema ultrapassado de medição dela pelo Quociente Intelectual, o Q.I., mediante aplicação do Teste de Binet.
 
            Génios como Gregory teriam Q.I. acima de 200, mas o que esse número responderia sobre a origem desta “anormalidade”? Se há consenso entre especialistas sobre a maneira de tratar os superdotados, há divergências em relação aos testes de inteligência. Um polémico estudo publicado no final da década de 80 pelo cientista político James Flynn, da Nova Zelândia, revelou que o Quociente de Inteligência (Q.I.) medido nos testes de avaliação aumentou 25 pontos em uma geração. A dúvida é se os jovens de hoje seriam mais inteligentes que seus pais ou se os métodos de avaliação da inteligência precisam ser repensados.
 
            Segundo a Dra. Barbara Clark, da Universidade da Califórnia, EUA , dois indivíduos com aproximadamente a mesma capacidade genética para desenvolver inteligência podem ser considerados potencialmente superdotados ou retardados educáveis, dependendo do ambiente em que interagem; para compreender como alguns indivíduos se tornam superdotados e outros não, precisamos familiarizar-nos com a estrutura básica e a função do cérebro humano. Ao nascer, declara Clark, o cérebro humano tem cerca de 100 a 200 bilhões de células. Cada célula tem seu lugar e está pronta para ser desenvolvida e para ser usada e realizar os mais altos níveis do potencial humano. “Apesar de não desenvolvermos mais as células neurais, isso não se faz necessário porque as temos; se usadas, permitiriam que processássemos vários triliões de informações durante nossas vidas. Usamos estimadamente menos de 5% dessa capacidade. A maneira como usamos esse sistema complexo é crucial para o desenvolvimento da inteligência e personalidade, e da própria qualidade de vida que experimentamos enquanto crescemos.” (7)
 
            Para alguns pesquisadores, os genes são os agentes fisiológicos e da conduta; o fenótipo é o resultado da interacção do meio com o genótipo. Destarte, os genes determinam os limites das capacidades ou potenciais do organismo, de qualquer aprendizagem, e deve ocorrer, necessariamente, dentro dos limites dados pelos genótipos, que sofrerão influência do meio, o qual dará a expressão final das características. Howard Gardner, professor da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, afiança que não existe inteligência absoluta. Gardner mapeou várias formas de inteligência e para demonstrar a multivariedade de expressão intelectual desenvolveu a Teoria das Inteligências Múltiplas, que permite compreender a manifestação da inteligência humana pelas capacidades verbal linguística, lógico matemática, visual espacial, rítmica musical, corporal cinestésica, interpessoal, intrapessoal e naturalista dos indivíduos. Outro professor da Universidade de Harvard, Robert Coles, defende a teoria da existência do que chamou de Inteligência Moral, isto é, a capacidade de reflectir sobre o certo e o errado.

            O grande embaraço dessas teses é desconsiderar o fato de a inteligência ser atributo ou conquista do próprio indivíduo, resultante da soma de conhecimentos e vivências de existências anteriores. Nesse sentido, admitindo-se a reencarnação, as ideias inatas são apenas lembranças espontâneas do património cultural do ser, em diferentes esferas de expressão, alguns em estado mais latente como nas crianças prodígio. Desse modo, ficaria bem mais fácil compreender toda essa complexidade da mente humana.
 
            Só a pluralidade das existências pode explicar a diversidade dos caracteres, a variedade das aptidões, a desproporção das qualidades morais, enfim, todas as desigualdades que alcançam a nossa vista. Fora dessa lei, indagar-se-ia inutilmente por que certos homens possuem talento, sentimentos nobres, aspirações elevadas, enquanto muitos outros só tiveram em partilha tolices, paixões e instintos grosseiros.
 
            A influência do meio, a hereditariedade, as diferenças de educação não basta, obviamente, para explicar esses fenómenos. Vemos os membros de uma mesma família, semelhantes pela carne e pelo sangue, pelo histórico genético e educados nos mesmos princípios, diferençarem-se em muitos pontos.
 
            Mais recentemente, o Doutor Richard Wolman, também de Harvard, incorporou às demais teorias em voga o conceito de Inteligência Espiritual, que seria a capacidade humana de fazer perguntas fundamentais sobre o significado da vida e de experimentar simultaneamente a conexão perfeita entre cada um de nós e o mundo em que vivemos.
 
            Não é exactamente o que define a Doutrina Espírita, mas já é um avanço no entendimento integral do indivíduo.
 
            Os fatos nos lançam, inevitavelmente, no rumo da tese reencarnacionista.
 
            Nos últimos anos, com o desenvolvimento e o reconhecimento crítico do papel da Ciência como expressão cultural de uma época, particularmente como conjunto de teorias e sistemas conceituais coerentes com uma determinada visão de mundo (8) , o homem tem-se lançado ao estudo de si mesmo com maior maturidade e maior equilíbrio quanto ao papel dos modelos e mapas teóricos e científicos sobre a realidade, sempre relativos. Em especial, a partir do movimento da contra cultura dos anos sessenta, a visão de mundo académica e tradicional, moldada nos rígidos parâmetros do Positivismo, teve de tornar-se mais flexível ante novos questionamentos e abrir-se, pelo menos em parte, a ideias e pesquisas que, a rigor, não são, ou melhor, não eram bem aceitas pelo paradigma cartesiano de nossa ciência tecnicista, apoiada e financiada por uma sociedade industrialista e mecanicista e, portanto, ligada a uma visão de mundo igualmente mecanicista.
 
            Se nascem génios, por que também nascem crianças com sérios distúrbios congénitos como hidrocefalia, síndrome de Down, esquizofrenia, cardiopatias graves, autismos? Na reencarnação vemos a Justiça Divina corrigindo os tiranos, os suicidas, os homicidas, os viciados e libertinos de vidas passadas.
 
            No século XIX, numerosos pensadores reuniram-se à reencarnação: Dupont de Nemours, Charles Bonnet, Lessing, Constant Savy, Pierre Leroux, Fourier, Jean Reynaud . A doutrina das vidas sucessivas foi vulgarizada para o grande público por autores como Balzac , Théophile Gautier , George Sand e Victor Hugo . Pesquisadores como Ian Stevenson 9 , Brian L. Weiss, H. N. Banerjee, Raymond A. Moody Jr., Edite Fiore e outros trouxeram resultados notáveis sobre a tese reencarnacionista. É possível que num futuro não muito longínquo os estudos nesta direcção chegarão aos mesmos resultados já afirmados pelo Espiritismo, porém, de todo o vasto leque de tentativas de se estudar superdotados sem considerar a existência do Espírito, a maior parte tem esbarrado em resultados ou em dificuldades em que se faz necessário considerar esta hipótese, sem a qual se entra num beco sem saída...
 

Referências:
1 Revista Veja, edição 1800, de 30 de Abril de 2003, p. 63.
2 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos , questão 219, Ed. FEB, RJ, 1987.
3 Entrevista à Revista Magazine . Por João Magalhães. Disponível em  http://www.vegetarianismo.com.br/artigos-revistas/genio.html Acesso em 10/6/2004.
4 Idem.
5 Revista ISTOÉ in : “Cérebro Mentes geniais”, secção: CIÊNCIA E TECNOLOGIA, publicada em 28/3/2002.
6 Idem.
7 B. Clark. (1997), Growing Up Gilted . Columbus, OH Merrill/Prentice Hall.
8 Kuhn, 1962; Prigogine & Stangers, 1993.
9 Stevenson, Ian. Vinte casos sugestivos de reencarnação . Difusora Cultural, São Paulo, 1978 e Vida antes da vida , Livraria Freitas Bastos, Rio de Janeiro, 1988.
 

 

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