Entretanto, equivoca-se geralmente sobre o sentido da palavra amor nessa circunstância: Jesus não
quis dizer, por essas palavras, que se deve ter pelo inimigo a ternura que se tem para com um irmão ou amigo; a ternura supõe a confiança; ora, não se pode ter
confiança naquele que sabemos nos querer mal;
não se pode ter com ele os transportes de amizade, porque se sabe que é capaz de abusar disso; entre pessoas que desconfiam uma das outras, não poderá haver os
laços de simpatia que existem entre aquelas que estão em comunhão de pensamentos; não se pode, enfim, ter o mesmo prazer ao se encontrar
com um inimigo do que com um amigo.
Amar os inimigos não é, pois, ter com eles uma afeição que não está na Natureza, porque o contacto de um inimigo faz
bater o coração de maneira bem diferente do de um amigo; é não ter contra eles nem ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; é perdoar-lhes sem segunda intenção
e incondicionalmente o mal que nos fazem.
Fonte:Cap:3 do Livro Evangelho Segundo o Espiritismo
Allan Kardec”