Inquebrantável Fibra 


    A sua vida foi uma trajectória de formidáveis realizações, constelada de belezas, capazes de deixar para o mundo o que há de mais sazonado, em termos de exemplo de enfibratura moral e talento intelectual, tudo isto associado a uma sensibilidade expressiva.

    Nascida num lar de poucos recursos, na cidade de Varsóvia, em 1867, na velha Polónia, abrigava na alma o anseio de estudar, de avançar e de ser útil à ciência e às criaturas humanas, suas irmãs de lida comum,.

    Após as oportunidades de estudar, que concedeu às irmãs mais jovens do que ela, que era a primogénita, seguiu para Paris, a fim de formar-se em ciências físicas, químicas e em matemática, o que logrou em pouco tempo, exitosamente.

    Consorciada com o celebrado professor Pierre Curie, Marya Klodowska passará à história como a excelente Marie Murie, ou, simplesmente, Madame Curie.

    Não obstante as condições de vida nada fáceis, desenvolveu-se como mulher, esposa, mãe e cientista, sem relegar nenhuma tarefa, sem abastardar-se, sem encharcar-se de materialismo, apaixonada pela vida, entusiasmada por tudo o que realizava.

    Estudou, pesquisou, amou e converteu-se no único cientista a receber por duas vezes o prémio Nobel, o que jamais ocorrera, até então.

    Tendo sido a primeira mulher a tornar-se professora na Sorbonne, após a morte do marido, permaneceu vibrante e simples, compreendendo que a missão que Deus delega à mulher é sempre de carácter especial e sublime, para que ela se perca nos vales de ilusões e sombras do mundo.

    Após anos de ingentes lutas por alcançar os seus objectivos, após ser o alvo das homenagens de inumeráveis instituições universitárias e científicas pelo mundo, conclui seus dias na reencarnação, assinalada pela grave enfermidade que o excesso de radiações, oriundas dos minérios que examinava sem os necessários cuidados, hoje existentes, lhe impusera.

    Do hospital suíço de Sancellemoz, Marie Curie pode contemplar, ainda no corpo físico, os resultados maravilhosos do seu labor em prol do crescimento da Humanidade inteira.

    Para que a mulher estude, não precisa negligenciar o lar. Para que se desenvolva intelectualmente, não necessita rechaçar os filhos. Para que seja independente e se faça grandiosa, não carecerá de abrir mão do seu valor moral, estribado na ética do bem e do amor.

    Se se levantarem, em toda parte, valores femininos com essa inquebrantável fibra de Madame Curie, e de outras mulheres excelentíssimas, com certeza a ciência será tocada pela sensibilidade da alma, os filhos não serão relegados para a realização profissional de suas genitoras, e, com a mente mais voltada para a sua função mais alta, a mulher não se deixará explorar tanto, pela indústria da prostituição e da loucura, que toma conta da Terra, nesses tempos definidores dos verdadeiros valores da alma.

De "Vida e Mensagem",
 de J. Raul Teixeira,
 pelo espírito Francisco de Paula Vítor

 

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