A FAMÍLIA
Família é uma
instituição social composta por pessoas ligadas entre si por laços de
sangue.
A
formação dos grupos familiares tem como função a educação, implicando
outras funções, como o amor, atenção, compreensão, mas sobretudo o
respeito por cada pessoa no reduto doméstico.
Existem
vários tipos de família, conforme a afinidade entre os espíritos que as
integram.
As
afeições reais permanecem indissolúveis e eternas.
A
FAMÍLIA é de uma importância tão grande para a evolução do Mundo que um
dia em casa de Simão Pedro O MESTRE JESUS disse o seguinte:
“
A Paz do mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se não aprendermos
a viver em paz entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações.”
Vejam
a sabedoria do MESTRE, demonstrando o conhecimento profundo da alma humana.
Reparem
o quanto este ensinamento se mantém actual, devendo ser exemplo constante a
seguir.
De
facto se analisarmos o nosso dia a dia, podemos confirmar essa advertência do
MESTRE, analisando, a nossa conduta fora de casa, se temos algum problema
dentro da família. Quando começamos o dia com desavenças no lar, mesmo que
sejam pequenas desavenças, parece que o dia se complica, tudo parece correr
mal. É que aquela desarmonia familiar tende a reproduzir-se fora dele, seja
no trânsito, no trabalho na escola, etc. Quantas crianças têm experimentado
quer no rendimento escolar, quer no equilíbrio emocional, quando seus pais
passam por desavenças conjugais. Muitos chegam a falhar o ano escolar e até
mesmo a ficar doentes, por vezes as desavenças são tão profundas e
duradoiras, que chegam a provocar traumas psicológicos nos filhos de difícil
cura. Mas o pior é que aquela criança amanhã irá ser um pai ou uma mãe,
com uma possibilidade muito grande de reprodução de todos aqueles
transtornos vivenciados na infância.
Aqui
entra a responsabilidade, do pai da mãe ou do encarregado pela educação.
Se
os pais soubessem a força que dispõe a palavra diante dos filhos,
procurariam falar com mais cuidado.
A
nossa conversa de pais é tinta divina, e a nossa mente educada, a caneta pela
qual podemos escrever nos destinos dos nossos filhos.
A
criança é como uma folha de papel em branco, na existência que começa, que
foi dada aos pais para escreverem nela as primeiras letras da educação. Não
há dúvidas, de que a verdadeira educação começa no lar.
A
voz materna ou paterna pode ganhar ou perder autoridade moral perante os
filhos, dependendo do modo de vida que escolhem. O exemplo é a força
dominante na vida daqueles que convivem convosco.
Falando
no nosso lar, estamos preparando outras mães e pais para outros lares, que
sucessivamente herdam o que falamos e o nosso exemplo.
Mas,
voltando analisar a nossa conduta do dia a dia, se temos harmonia em casa,
tudo conspira a nosso favor, sentimos que somos amados, queridos por nossos
familiares, e aí o nosso comportamento social tende a ser melhor, pois temos
uma retaguarda de amor em nossa família. Sem a família não há evolução
espiritual. Já pensaram por exemplo, o que fazemos por um filho, sem nada
pedir em troca, só com o desejo de que seja feliz.
Quantas
vezes, já dissemos aos nossos familiares “ AMO-TE”, quantas vezes tivemos
essa coragem, falar de amor deve ser questão prioritária na família, às
vezes erramos em nossos comportamentos, pensando que estamos a fazer o melhor.
Como é bonito de dizer posso ter errado, mas estava a pensar que seria o
melhor para ti porque te amo muito.
Com
uma convivência aberta, cada um vai ficando menos egoísta, porque aceita o
outro e acredita que também pode aprender algo com ele. É um processo de
interacção, que só ocorre quando aceitamos os outros e saímos da condição
de perfeitos. Porque todos nós ainda olhamos muito para o nosso umbigo,
pensamos que somos os melhores, que o mundo gira em nosso redor. Todos nós
precisamos do contraste, da adversidade, por isso é que Emanuel afirmou ser o
lar o purificador das almas endividadas.
É
preciso, pois, estar atento ao aprendizado que a vida familiar nos está a
oferecer. Só a família é capaz de nos dar experiência tão enriquecedora.
Estamos
reencarnados entre aqueles espíritos mais indicados ao nosso progresso
espiritual, eles nos trazem as lições ainda não aprendidas. Diante daquele
familiar que representa um problema, indague-se qual a lição que a vida nos
está trazendo.
Paciência?
Quantas vezes dizemos de um filho, é teimoso quanto baste mas eu amo-o tanto.
Estamos treinando a paciência. Aceitação? Perdão? Doação?
Não
encaremos nossos familiares difíceis, como carma ou castigo. Um
relacionamento difícil é algo para ser superado. Não temos que aguentar um
familiar difícil, temos é que amá-lo muito.
Portanto
vamos amar a nossa família como ela é. Se ela não é aquilo que gostaríamos
que fosse, lembremo-nos que também nós não somos o que esperavam de nós.
Sem esquecer que muito provavelmente já convivemos com eles em vidas passadas
e muito provavelmente temos nossa cota de responsabilidade nos comportamentos
de agora. Vamos dar o primeiro passo para a nossa família ser mais feliz.
Comecemos
por pequenos gestos. Sorrir mais, cumprimentar os familiares pela manhã. Orar
por eles. Façamos pequenas gentilezas em casa, vamos elogia-los, dizer-lhes
do nosso amor, e tudo o mais em que possamos pensar para os fazer mais
felizes.
Porém
com a doutrina espírita, o conceito de família alarga-se, porque os velhos
padrões que nos são impostos dão lugar a um clã familiar de visão mais
ampla de vivência colectiva, dentro das bases da reencarnação. Por
admitirmos que os laços de família são anteriores à formada agora, os
preconceitos de cor, de sangue, sociais e afectivos, caem por terra, porque vêem
nas possibilidades das vidas sucessivas o retorno dos espíritos, das almas,
no mesmo domicílio, ocupando roupagens físicas conforme a necessidade
evolutiva. Porque antes de sermos família consanguínea somos antes famílias
espirituais.
Mas
como sempre vamos ouvir o Mestre dos Mestres…
Aos
pés da cruz, o vulto agoniado de Maria de Nazaré, acompanhada por João o
filho de Zebedeu, produzia dolorosa impressão. Ali estava na hora extrema o
filho bem amado, que revelava perceber a ansiedade daquelas duas almas em
extremo desalento, através da serenidade do seu olhar de melancolia intraduzível.
“
Meu filho! Meu amado filho!...“ exclamou a mártir, em aflição.
O
Cristo pareceu meditar no auge de suas dores, mas, como se quisesse
demonstrar, no instante derradeiro, a grandeza de sua coragem e a sua perfeita
comunhão com Deus, replicou com significativo movimento de olhos vigilantes:
“ Mãe, eis aí teu filho!...” E dirigindo-se, de modo especial com um
leve aceno, ao apóstolo, disse: “Filho eis aí tua mãe!”
Maria
envolveu-se em profundo pranto, mas o grande evangelista compreendeu que o
Mestre, na sua derradeira lição, ensinava que o amor universal era o sublime
coroamento de sua obra.
No
santuário de cada coração, deveria existir a mais abundante cota de amor, não
só para o circulo familiar, mas também para todos os necessitados do mundo,
e que no templo de cada habitação permaneceria a fraternidade real.
Assim
falava JESUS.
Como é habitual nas minhas palestras, vou contar uma pequena história, costumam ser verdadeiras, esta apesar de ser uma lenda da Mitologia Grega é verdadeira porque é uma linda história de amor, que com certeza se repetiu inúmeras vezes.
A
LENDA DAS DUAS TILIAS
Conta-se
que no pórtico da cidade de Listra, na velha Grécia, havia duas tílias
plantadas.
Os
ramos das imensas árvores enroscavam-se uns nos outros, parecendo uma única
copa dotada de dois troncos.
Um
dia, um ilustre visitante passou por ali e quis saber sobre as árvores de
galhos entrelaçados.
Viu,
perto dali, uma mulher da região que recolhia água de um poço,
perguntando-lhe sobre as árvores singulares.
A
mulher, sentiu-se homenageada pela curiosidade do estrangeiro, deteve-se e
começou a contar:
“Dizem
senhor, que nos idos tempos da Licaônia, depois que os Deuses a construíram,
resolveram vir visitá-la para saber se as coisas estavam correndo bem.
Dois
desses Deuses: o pai dos Deuses, Júpiter e o seu auxiliar directo, Mercúrio,
vistoriaram toda a região e, ao entardecer daquele dia, os dois Deuses começaram
a bater nas portas das casas, mas nenhum dos habitantes de Listra lhes
oferecia pousada.
Então
eles foram se afastando, e nos confins da Licaônia chegaram a um casebre em
ruínas, era uma casa velha, muito tosca.
Bateram
na porta e uma mulher muito idosa, veio atender. Era Balsis, uma pastora da
região, esposa de um lavrador que ainda se encontrava no campo. Ao ouvir os
dois homens lhe pedir guarida, Balsis foi tocada em seu sentimento e
abriu-lhes as portas, fê-los entrar e serviu-lhes água fresca, enquanto
dialogavam.
Logo
depois, seu esposo Filemon chegou dos campos e se juntou à alegria da esposa
em poder hospedar aqueles homens que andaram pelas estradas durante todo o
dia.
Não
tinham muito para oferecer, mas Balsis pediu ao esposo que fosse até à horta
e colhesse algumas verduras para preparar um caldo e oferecer aos hóspedes.
Balsis
puxou de junto da parede, a única mesa que tinha no casebre, uma mesa velha
de tampo esburacado.
Cobriu-a
com a única toalha que tinha, guardada para ocasiões muito especiais,
enquanto Filemon retirou do armário alguns frutos secos, que Balsis mesma
preparava, e uma bilha de vinho.
Sentaram-se
junto com os dois visitantes para o rico banquete da família pobre.
Começaram
a comer e perceberam, que quando Júpiter e Mercúrio se serviam de vinho,
quanto mais vinho retiravam da bilha, mais vinho aparecia nela.
Entreolharam-se
e deram-se conta de que essa era uma prerrogativa dos Deuses, aquilo em que
eles tocassem se multiplicava.
Júpiter
percebeu e deu-se a conhecer, apresentou Mercúrio, que era considerado o Deus
dos oradores e pediu-lhes, que não contassem a ninguém sobre a sua estada
ali.
No
dia imediato, antes de se despedirem, Júpiter abraçou os dois velhos e
fez-lhes a seguinte proposta:
“Pela
gentileza da hospedagem, pela boa vontade que nos dispensaram, gostaria de
deixá-los à vontade para pedir o que quiserem e eu lhes garanto realizar.”
Era O Deus dos Deuses que estava oferecendo o que quisessem.
Filemon
olhou a esposa, e esta lhe retribuiu o olhar. Eram velhos, tinham vivido na
pobreza desde a juventude, aquela idade não lhes pedia mais nada. Filemon
disse a Júpiter que não necessitava de nada.
Mas
Balsis lembrou-se de um detalhe. Segurou o braço do marido, voltou-se para Júpiter
e disse-lhe:
Senhor,
já que nós podemos pedir-te alguma coisa, gostaria de rogar que não
permitisses, que um de nós chorasse a morte do outro. Gostaria que quando um
de nós tombasse nas mãos da morte, o outro possa acompanhá-lo
imediatamente, para que nenhum de nós tenha de chorar pelo outro.
Lágrimas
escorreram pelas faces de Júpiter, o pai dos Deuses emocionou-se e
garantiu-lhes que o pedido seria atendido.
No
dia que Filemon tombou, arrastado pelas mãos da morte, Balsis tombou sobre o
seu corpo.
E
Júpiter, para homenagear o amor de ambos, plantou-os no pórtico da cidade de
Listra, na entrada de Licaônia, e os converteu em duas tílias, que estão
floridas o ano inteiro.
Isso tudo para dizer que o amor é assim, é capaz de estar sempre florido, é capaz de doar-se eternamente.